sábado, junho 27, 2009

Receita Federal investiga envio de lixo a porto do RS

Seringa, preservativo e outros produtos foram achados em Rio Grande.
Material deve ser levado de volta à Inglaterra.

Do G1, em São Paulo

Fiscais da Receita Federal encontraram 750 toneladas de lixo no Porto de Rio Grande (RS). O material foi transportado por navios da Inglaterra e teria sido enviado no lugar de produtos importados por uma empresa gaúcha.

Dentro dos contêineres trazidos ao Brasil pelos ingleses estavam toneladas de plástico, papel e vidro, além de seringas e preservativos. Um dos reservatórios levava brinquedos, com bilhetes informando: “Entregue estes brinquedos para as crianças pobres do Brasil. Lavar antes de usar”.

A carga está retida no porto. Os navios chegaram ao Rio Grande do Sul entre fevereiro e maio. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) foi notificada para avaliar os riscos de contaminação.

As investigações mostram que os contêineres com lixo saíram da Inglaterra, fizeram escala na Bélgica e atracaram em Santos (SP) e Rio Grande. O material levado ao Rio Grande do Sul teria como destino uma empresa de Bento Gonçalves.

O inspetor da Receita Federal em Rio Grande, Marco Medeiros, diz que a suspeita é de que o envio foi feito por responsáveis pela administração de lixões na Europa, que estão lotados. A África costuma receber material irregular.

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) multou as empresas que importaram e transportaram o material. Os contêineres devem ser levados de volta à Inglaterra. O prazo é de dez dias, mas as empresas podem recorrer.

Trabalham no caso a Receita Federal, o Ministério Público Federal, a Anvisa e o Ibama. Para o procurador da República Júlio Carlos Castro Jr., ainda é cedo para estabelecer que tipo de penalidade criminal devem sofrer os transgressores. "Estamos analisando a documentação. Se as autoridades alfandegárias desses países realmente foram iludidas sobre o conteúdo da carga, é para lá que esse lixo deve retornar. O Brasil não pode se tornar um receptáculo de lixo de outras nações", afirmou.

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