terça-feira, março 09, 2010

Posto de inimigo da educação tem novo ocupante

A prefeita Micarla de Sousa disse hoje pela manhã na Inter TV Cabugi que não recebeu o Sinte-RN por que a greve da educação é “política”. Este seria também um dos motivos do pedido de ilegalidade da greve concedido ontem pela Justiça.

Não precisa ir muito além para perceber o que realmente está por trás das atitudes da prefeita. Na verdade, as decisões de sua administração a colocam como uma espécie de reencarnação política do nada saudoso Governador Geraldo Melo. São os mesmo métodos agora com nova roupagem. Micarla de Sousa assume para a história o posto de inimiga da educação que há muito tempo os governantes se esquivavam de assumir.

A prefeita recorreu à Justiça por que não sabe conviver com os contrários. Por que não quer priorizar a educação. Mas, sobretudo, por que não tem interesse no avanço da educação pública. Os privilégios concedidos à iniciativa privada deixam claro que sua gestão tem o viés neoliberal do apoio ao mercado do lucro em detrimento da coisa pública.

O principal partido que a apoia, o DEM de José Roberto Arruda, sempre defendeu o ensino privado e ajudou no sucateamento da escola pública. Para eles, estuda quem pode pagar. Quem não pode, vira mais um número no exército de reserva a ser explorado pelos patrões. Essa é a cartilha da administração da prefeita Micarla de Sousa e ela manda não facilitar com os que incomodam o projeto maior das elites dominantes.

A prefeita usou a Justiça para impingir uma derrota à educação. Deve estar comemorando o que considera uma vitória. Felizmente para o Brasil e infelizmente para Natal, esse tipo de método está na contramão da história. No Brasil e no mundo, os Governantes miram o foco de sua gestão para o avanço da escola pública. Quem quer a população ao seu lado diálogo e negocia com os que defendem o ensino público, muitas vezes a contragosto. A Prefeita preferiu bater de frente.

Mas a situação não pode ser vista de forma isolada. Enquanto a prefeita Micarla engatinha nas manhas maquiavélicas do poder, os educadores de Natal voam na experiência de enfrentar Governantes adversários da educação. Nessas décadas de luta já foram enfrentados Governos que adotaram esse tipo de postura, inclusive usando a coerção contra os que lutavam. Todos passaram. A educação ficou. Os educadores ficaram. Não será diferente desta vez.

(Sinte/RN)

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