quarta-feira, março 31, 2010

Paixão do Senhor

Do Evangelho de S. Marcos 15, 33-34.37.39

"Chegado ao meio-dia,
houve trevas por toda a terra,
até às três da tarde.
Às três horas, Jesus exclamou em alta voz:
"Eloì, Eloì, lema sabactàni?"
que quer dizer:
Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonaste? (...)
Soltando um grande brado, Jesus expirou. (...)
Ao vê-Lo expirar daquela maneira,
o centurião, que se encontrava em frente d'Ele, exclamou: "Verdadeiramente este homem era o Filho de Deus".

Eis o agir mais alto, mais sublime do Filho em união com o Pai. Sim, em união, na mais profunda união... precisamente quando grita: "Eloì, Eloì, lema sabactàni?", "Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonaste?" (Mc 15, 34; Mt 27, 46). Este agir exprime-se na verticalidade do corpo estendido ao longo da trave perpendicular da Cruz com a horizontalidade dos braços estendidos ao longo do madeiro transversal. A pessoa que olha estes braços pode pensar com quanto esforço eles abraçam o homem e o mundo. Abraçam.

Eis o homem. Eis o próprio Deus. "N'Ele (...) vivemos, nos movemos e existimos" (Ato 17, 28). N'Ele, nestes braços estendidos ao longo da trave horizontal da Cruz. O mistério da Redenção.

Jesus, pregado na Cruz, imobilizado nesta terrível posição, invoca o Pai (cf. Mc 15, 34; Mt 27, 46; Lc 23, 46). Todas as suas invocações testemunham que Ele está unido com o Pai. "Eu e o Pai somos um" (Jo 10, 30); "Quem Me vê, vê o Pai" (Jo 14, 9); "Meu Pai trabalha continuamente e Eu também trabalho" (Jo 5, 17).

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