domingo, abril 05, 2009


PRESIDENTE DA ASITEX DIZ QUE A CRISE CHEGOU À INDÚSTRIA TÊXTIL JARDINENSE

O empresário Renato Ferreira, presidente da Asitex, recebeu a equipe do Jardimtudo e falou de sua preocupação com o atual momento por que passa a indústria têxtil de Jardim de Piranhas.

1- O SENHOR ACREDITA QUE A CRISE FINANCEIRA QUE ASSOLA O PAÍS E O PLANETA FINALMENTE CHEGOU A NOSSA INDÚSTRIA TÊXTIL?
Sim. Com a entrada de produtos de fabricação chinesa, os artigos fabricados em Jardim ficaram ameaçados já há algum tempo. Com a crise e a escassez de dinheiro em circulação, o nosso panorama só piorou. Estamos, sim, atravessando um momento crucial, muito difícil.
É preciso que relembremos uma história. Enquanto a gigante Coteminas, há alguns anos, alertava sobre a proximidade de uma crise no setor, em Jardim de Piranhas os empresários viviam a bonança, exaltando-se apenas as grandes "virtudes" da nossa principal fonte de renda. Não houve um planejamento de mercado. Hoje temos muita oferta e pouca procura.

2- JÁ ESTÃO EXISTINDO DEMISSÕES NO SETOR?
As demissões já começaram. Calculando-se que existiam mais de 2.000 postos de trabalho formais e informais, estima-se que 30% já foram extintos.

3- É POSSÍVEL SE AFIRMAR QUE A SITUAÇÃO DA INDÚSTRIA TÊXTIL JARDINENSE AINDA PODE PIORAR?
Acredito, como presidente da Asitex, que quem conseguir salvar 50% dos postos de trabalho na sua indústria já pode se achar um vitorioso. Dias difíceis virão. Mas a nossa gente é forte e vai encontrar meios de superar esses obstáculos, se adaptar a esses novos tempos. Mas ficarão as sequelas.

4- O QUE PODERIA SE FAZER PARA AMENIZAR OS EFEITOS DA RETRAÇÃO DAS VENDAS NESSE SETOR?
Já se está fazendo alguma coisa. A unidade de alvejamento, que pertence à Cooperativa, abrirá um leque para a criação de novos empregos. A saída é ter criatividade e diversificar a produção. O uso de novas maneiras de se divulgar os nossos produtos pode ser de grande ajuda, inclusive pela Internet. Fazer com que mais consumidores tomem conhecimento do que é produzido em Jardim. Isso não significa dizer que seja necessário se gastar na compra de novos maquinários. O que se fez e se faz aqui, mesmo com máquinas consideradas "obsoletas", é considerado de boa qualidade. O nosso produtor sempre fez a diferença operando com criatividade, improvisação e muito trabalho.

5- O SENHOR ACREDITA QUE EXISTA UM PRAZO PARA ESSA CRISE PASSAR E AS COISAS VOLTAREM AO NORMAL?
Acredito que essa crise seja passageira. Não será um tsunami. Com a construção do centro de alvejamento, a situação tende a melhorar. O que mais me preocupa é a entrada de produtos acabados, visto que Jardim sempre foi referência em produzir produtos com a nossa cara, gerando emprego e renda para a população. Torço e rezo para que a situação volte ao normal e empregadores e empregados tenham condições de trabalharem sem sobressaltos.

3 comentários:

  1. A preocupação de Renato é legítima. Precisamos tomar cuidado para que Jardim não retorne aos tempos em que, para ganhar a vida, nossos jovens tinham que arribar para São Paulo. Quem está trazendo produtos de outros países para vendê-los em nossa região só está pensando em si. Essa atitude está colaborando, e muito, com o desemprego em nossa cidade.

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  2. SENHORES EMPRESÁRIOS, É MELHOR COMEÇAREM A POUPAR, NÃO GASTAR À TOA COMPRANDO CARRÕES, NÃO OSTENTAR DEMAIS. A CASA PODE CAIR. VOCÊS PRECISAM PLANEJAR MAIS E GASTAR MENOS. DAQUI A POUCO VÃO COMEÇAR A SER ENGANADOS, PORQUE ALGUNS QUE COMPRARAM A MERCADORIA TAMBÉM ALEGAM QUE QUEBRARAM PARA NÃO PAGAREM A VOCÊS.

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  3. Essa entrevista diveria ser lida pelos impresários e trabalhadores de tecelagem. Serve de alerta para que a gente pense no que pode acontecer se as tecelagem falirem. Como vai ficar esse povo todo acostumado a pegar em dinheiro e derrepente ficar liso, sem grana para as bebederas e festas?

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