domingo, abril 05, 2009

FÓRMULA 1
GP termina antes do previsto, e Button vence segunda etapa seguida
Após 48 minutos de espera, direção do GP da Malásia decidiu terminar corrida por falta de visibilidade

Não houve falta de avisos. Durante a semana, os pilotos disseram que era grande o risco de realizar o GP da Malásia às 17h locais pela grande possibilidade de a chuva aparecer com intensidade em Sepang. A visibilidade ficaria prejudicada, diziam eles. Dito e feito. O tempo fechou, ficou praticamente impossível de guiar, e a direção de prova foi obrigada a encerrar a corrida com 31 voltas completadas das 56 previstas. Melhor para Jenson Button, que liderava no momento da interrupção e conquistou a segunda vitória consecutiva na temporada 2009.
E não foi um triunfo fácil para o inglês. Antes de toda a confusão que se instalou no circuito malaio, o sol chegou a dar as caras na largada. Com visibilidade de sobra, Button, pole-position, não teve um bom início, perdendo a ponta para Nico Rosberg. Além disso, foi ultrapassado por Jarno Trulli e Fernando Alonso, com um começo espetacular, saltando da nona colocação para a terceira.
Rubens Barrichello saiu do oitavo posto e teve uma prova de fogo antes mesmo de sair para a luta. Com um problema mecânico, Robert Kubica ficou parado à frente do brasileiro, que teve de se desdobrar para evitar a colisão. Após evitar o incidente, o piloto da Brawn ganhou três lugares e subiu para quinto.
A primeira volta do GP mostrou muito bem o atual equílibrio da F1, com diversas trocas de posições e muitas disputas. A primeira volta também mostrou que Heikki Kovalainen ainda não percebeu que a temporada já está a pleno vapor. Assim como na Austrália, abandonou sem dar um único giro. Dessa vez, rodou sozinho, sem poder dar qualquer desculpa para novo insucesso.
Com tanta movimentação, era impossível saber exatamente a classificação correta da corrida. A cada passagem, havia uma modificação. Só Rosberg que parecia firme e forte na primeira colocação, sem ser incomodado por Jarno Trulli.
No pelotão do meio, o destaque era Alonso, que segurava a quarta colocação na marra, fechando a porta para Kimi Raikkonen e Mark Webber, que eram mais rápidos do que o espanhol. Foram algumas voltas de resistência, até que o motor e o melhor equilíbrio dos carros da Ferrari e da Red Bull fizeram a diferença.
O tempo passava, as nuvens ficavam mais negras, e a chuva se aproximava. As equipes começaram a pensar na melhor estratégia. Para a Ferrari, a coisa certa a se fazer seria colocar logo os pneus para pista molhada. Assim foi Raikkonen para os boxes da escuderia de Maranello, com tal tática.
Mais uma vez, um furo n'água da equipe italiana. O time já tinha feito besteira no treino de classificação, deixando Felipe Massa largar na 16ª posição por um erro de análise. Na corrida, fez o nórdico andar duas voltas com os pneus errados, que ficaram destruídos após duas voltas.

Menção à parte, Massa fazia das tripas coração para realizar uma prova de recuperação. Chegou até o nono lugar, e, vez ou outra, beliscava um lugar na zona de pontuação, que, segundo o brasileiro, seria o melhor resultado que e poderia ser conquistado.
Depois de cerca de 25 voltas completadas, a chuva começou a apertar em Sepang. A troca de posições, que já era constante, aumentava a cada passagem. Os pilotos entravam e saíam dos boxes a toda hora. Só para ter uma noção, Button fez quatro paradas. E, ainda assim, conseguiu recuperar a ponta perdida na largada.
Houve um momento em que Barrichello parecia ser o mais rápido na pista, após ultrapassar Trulli e Rosberg e chegar à segunda colocação. Depois, eram Timo Glock e Mark Webber que apareciam voando, deixando qualquer um para trás.
Mas assim que a chuva aumentava, a visibilidade diminuía. Sebastian Vettel, que em nenhum momento conseguiu se afastar do pelotão intermediário, rodou e abandonou. Sébastien Bourdais dizia no rádio que não dava para guiar com aquelas condições. Uma imagem da câmera on-board de Barrichello mostrava muito bem que não era possível observar nada um palmo à frente.
Às 18h03, horário de Sepang, a prova foi interrompida com bandeira vermelha. Muito diz-que-me-diz nos bastidores. Webber, diretor do GPDA (Associação de Pilotos de Grandes Prêmios), saiu em disparada colhendo as opiniões dos pilotos. No fim, trouxe o veredicto da maioria: não tinha como reiniciar o GP.
A FIA ainda tentou forçar uma situação de relargada, mas a vontade dos pilotos falou mais alto depois de 48 minutos de apreensão: fim de prova. Apesar das 31 voltas completadas, valeu o resultado da 30ª, a última antes da parada.
Com isso, Button venceu, seguido de, por incrível que pareça, Nick Heidfeld, que fez uma prova muito discreta, chegando a ser ultrapassado sem qualque resistência por Webber. Mas estava no lugar certo, na hora certa. Glock completou o pódio. Na zona de pontuação, Trulli, Barrichello, Mark, Lewis Hamilton e Rosberg. Nem Massa, nem Raikkonen. A Ferrari completou duas corridas seguidas sem pontos.
Como a prova não teve 75% de sua distância prevista cumprida, todos receberam metade dos pontos, o que não acontecia desde 1991, fazendo com que Jenson Button mantesse sua liderança, mas com 15 pontos ao invés dos costumeiros 20 de duas vitórias. Barrichello é vice-líder, com dez.
A F1 descansará por duas semanas, até voltar no dia 19 de maio, na China. Em tempo: a próxima etapa está prevista para começar às 15h locais. Na pista de Xangai, visibilidade não deve faltar. Os pilotos agradecem.
Fonte: ig.com


Nenhum comentário:

Postar um comentário