Jovem forma alunos para olimpíadas de educação em Santa Isabel, SP
Aos 18 anos, fundador do projeto ganhou bolsa para estudar nos EUA.
Estudantes do cursinho são destaques nas competições.
16 anos (Foto: Arquivo Pessoal)
Depois de descobrir o mundo das olimpíadas de educação e ganhar suas primeiras menções honrosas, Marco Antonio Lopes Pedroso, na época com 16 anos, resolveu criar em sua cidade natal, Santa Isabel (a 60 km de São Paulo), um projeto inédito: um cursinho especializado em formar alunos para participar de competições de matemática, física, astronomia e outras disciplinas. Marco Antonio e o irmão, com 14 anos, eram os professores. Formou-se então o Olímpicos de Santa Isabel, o OSI.
Não demorou muito para que viessem os primeiros prêmios do grupo inicial de 20 estudantes. Logo em 2008, ano da criação do OSI, quatro alunos do projeto levaram medalhas de bronze na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep).
Hoje, dois anos depois, o cursinho cresceu, ganhou fama, respeito e premiações. São mais de 150 alunos de ensino médio e fundamental - a maioria da rede pública - e oito professores com idades entre 16 e 22 anos. As aulas, gratuitas, ocorrem sempre aos sábados e domingos em uma escola emprestada pelo governo do estado.
A aluna Paloma Clementino Nascimento, de 15 anos, é uma das primeiras alunas do OSI. No currículo, ela possui menções honrosas da Obmep e um medalha de ouro da Olimpíada Brasileira de Astronomia (Oba), conquistada no ano passado. "O cursinho me ajudou demais. Na escola regular demoramos muito para ter contato com o conteúdo das olimpíadas porque é mais aprofundado, mais avançado. No OSI, como os professores são jovens não há diferença de linguagem e dá para aprender mais."
Para o fundador, a sensação de ver um aluno ganhar uma competição é a mesma do início. “Me sinto mais recompensado do que quando eu sou premiado. Fico feliz porque isto é sinal de que consegui passar minha paixão pela matemática”, diz Marco Antonio que coleciona cerca de 20 prêmios. O mais importante deles veio no ano passado: medalha de bronze na Olimpíada Internacional de Matemática, realizada na Alemanha.
Malas prontas
Com o trabalho consolidado, Marco Antonio que estuda engenharia eletrônica no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) prepara-se para o próximo desafio: ele foi aprovado no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, uma das instituições de ensino mais importantes na área de tecnologia.
No próximo dia 14 de agosto o estudante tem de se apresentar para a primeira aula do curso de engenharia eletrônica. "Não esperava que fosse passar, mas além de ser aceito ganhei 90% de bolsa de estudo. Boto muita fé no OSI e sei que agora ele tem condições de andar sozinho."
Projeção
Moradora de Santa Isabel, Marielle Camargo dos Santos, de 14 anos, medalhista de bronze na Olimpíada Brasileira de Informática, diz que uma das contribuições do OSI foi projetar Santa Isabel - uma cidade de 45 mil habitantes - em todo o Brasil.
de Matemática (Foto: Arquivo Pessoal)
"Santa Isabel nunca foi conhecida, só aparecia quando algo de ruim acontecia. Agora vejo que o nome da cidade cresce", afirma Marielle, aluna da 8ª série da rede pública que quer ser engenheira da Aeronáutica.
Jéssica Caroline Barreto, de 15 anos, também ajuda a manter a boa fama da cidade. Este ano ela levou a medalha de prata na Obmep. "No cursinho eu aprendo a aplicação da matemática e o caminho para chegar nas respostas. Depois que comecei as aulas passei a desenvolver mais o raciocínio lógico e consigo aplicar o aprendizado em outras coisas", diz.
Jéssica foi uma das quatro alunas do cursinho que ganhou bolsa de estudo para cursar o ensino médio no Colégio Objetivo, em São Paulo, após ser aprovada em um concurso de quatro etapas. "Me dedico e vejo a evolução, por isso não deixo de ir às aulas."
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