sexta-feira, outubro 02, 2009

Enem 2009 que vazou teve nível de dificuldade de fácil para médio, dizem professores

Ana Okada
Simone Harnik
Em São Paulo
O nível de dificuldade da prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2009 que vazou foi considerado de fácil para médio, segundo professores de três cursinhos ouvidos pelo UOL Educação.

Reprodução
Reprodução da capa da prova de ciências da natureza e de ciências humanas do Enem 2009 que sofreu vazamento
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Ou seja, se o novo modelo da avaliação do MEC (Ministério da Educação) era um mistério, já se sabe que o candidato não vai enfrentar, em geral, testes muito complexos.

"Os assuntos que eram mais valorizados continuaram, como bioquímica, evolução. Quem se preparou com o Enem antigo, não teve problemas", avalia Edmilson Motta, coordenador do Etapa.

Confira o comentário das diferentes áreas:

Ciências da natureza e suas tecnologias

"Foi a área que teve a maior mudança, em relação ao Enem antigo, pois foi cobrado mais conteúdo. Caíram questões com conta com potência de dez, conversão de unidades, noção de grandezas. As fórmulas específicas foram dadas", diz Motta.

Na avaliação da professora Vera Lúcia da Costa Antunes, coordenadora do curso Objetivo, em física, a prova teve ótimo nível e pediu o que é fundamental, mas não foi abrangente - ou seja, não cobriu a extensão do programa.

"Biologia, física e química forneceram textos com os quais era possível responder. As três cobraram conhecimentos básicos", diz. A grande diferença para o Enem 2008, segundo ela, é que física e química nem eram abordados na prova.

O que você achou das provas do Enem divulgadas pelo MEC?

Ciências humanas e suas tecnologias

"Geográfica cobrou bastante texto e leitura. Nove, de 23, exigiam algum conhecimento básico da matéria. Também foram cobrados gráficos e tabelas", afirma Vera. A crítica? "Os examinadores repetiram os assuntos, como tecnologia e meio ambiente."

Segundo Vera, os professores do Objetivo também não gostaram da prova de história, porque exigiu basicamente interpretação de texto e algumas questões eram "bastante subjetivas".

Linguagem, códigos e suas tecnologias

De acordo com o professor de português do Anglo Vestibulares, Francisco Platão Savioli, a prova de linguagens foi balanceada. "As primeiras questões eram banais, fiquei assustado de ver, mas há uma progressão no grau de dificuldade, chegando em questões que são para 'gente grande'", diz. Como exemplo, ele cita a pergunta 29, que exige conhecimentos sobre a estética do romantismo.

No exame, segundo Platão, predominaram interpretação e leitura de textos, e houve mais questões relativas a artes e educação física em relação aos exames anteriores. Para o professor, o que mudou no novo Enem é que, agora, as questões estão reunidas, enquanto antes elas eram alternadas com as de outras disciplinas. Para ele, as 45 perguntas são "uma expansão das questões do antigo Enem".

Matemática e suas tecnologias

"Acho que foi uma prova que não foi abrangente e repetiu muitos assuntos. A exigência foi pequena, mas cai muita continha", avalia o coordenador da disciplina no Objetivo, Giuseppe Nobilioni.

Segundo ele, não é verdade que as 15 primeiras são fáceis. "Muitas das últimas são até muito fáceis. Há poucas difíceis", afirma.

"Foi uma prova longa e repetitiva. Caíram os temas favoritos do Enem: geometria, porcentagem, análise de gráfico e tabela, análise combinatória e probabilidade.
O Enem antigo já era relacionado a esses temas", disse Motta, do Etapa.

Redação

O professor de português do Objetivo, Franscisco Achcar, considerou o tema da redação bom, no entanto, criticou a coletânea de textos de apoio. "São textos banais, que se esgotam em generalidades e ignoram todos os aspectos problemáticos, sociais ou pessoais, da longevidade", comenta.

Para o professor Platão, a proposta de redação foi acessível. "Não tenho ressalvas, os textos foram bem escolhidos e as instruções eram mais do que suficientes. É um bom instrumento para avaliar os candidatos".

Sobre o tema, ele diz que não é possível adivinhar o que irá cair, mas acredita que não irá cair algo parecido no próximo exame: "Se eles forem inteligentes, não vão dar o mesmo tipo [de proposta]".

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