Aluna é insultada por usar vestido curto
Os colegas fizeram vídeos e fotos e agrediram a estudante verbalmente. Ela teve que sair da universidade escoltada por policiais.
Uma estudante teve que sair da faculdade escoltada pela Polícia, enquanto era vaiada pelos colegas. A moça usava um vestido curto e acabou sendo hostilizada pelos outros alunos.
As cenas estão na internet e mostram o que aconteceu na universidade na noite de 22 de outubro. Os alunos se aglomeram em frente a uma das classes que está com a porta fechada. Vários gravam imagens e tiram fotos com celular.
Pouco depois, a Polícia Militar chega e escolta a moça para fora da universidade. De cabeça baixa e usando o avental de um professor, ela atravessa um corredor de estudantes que gritam palavrões.
Uma foto mostra a estudante assistindo às aulas com o vestido que provocou toda a confusão. Em outra imagem, ela aparece em pé e, em outra, entrando na sala.
O caso chamou a atenção de especialistas em educação. Para Mário Sérgio Cortella, nada justifica a atitude agressiva dos alunos.
“A jovem tem o direito de utilizar a roupa que deseja, desde que ela não ultrapasse aquilo que é a norma coletiva, a convivência. Aqueles que reagiram de forma absolutamente exagerada, podiam tê-la reprovado do ponto de vista estético, se não desejavam a roupa daquele modo, mas, jamais, do ponto de vista ético, que é a agressão, a brutalidade, a violência, o desrespeito, a intolerância”, diz o educador.
Em nota, a universidade informou que abriu uma sindicância para apurar o que realmente aconteceu, mas confirma as manifestações de caráter ofensivo sofridas pela estudante.
Na tarde desta sexta-feira, a aluna vai se reunir com representantes da universidade.
No encontro, será decidido o que vai ser feito daqui pra frente. Há uma semana, a estudante de turismo não freqüenta as aulas, mas já disse que quer voltar à faculdade.
“Numa escola, onde a lógica é você poder debater, trazer a reflexão, aceitar aquilo que não é idêntico para poder crescer e criar, isso implica numa intolerância num lugar que chama universidade, onde se acolhe tudo o que é diverso”, diz o educador Mário Sérgio Cortella.
Nenhum comentário:
Postar um comentário