quarta-feira, julho 01, 2009

Um jogo para a história: Internacional e Corinthians em final com alta rivalidade

Gaúchos e paulistas decidem a Copa do Brasil, nesta quarta, no Beira-Rio, sob muita polêmica. Visitantes levam vantagem construída no primeiro jogo

(Retirado do G1)


Editoria de Arte/GLOBOESPORTE.COM

Nilmar volta sob responsabilidade, e Ronaldo critica dirigentes por polemizar antes do jogo

O Timão vai a campo com uma vantagem gorda, mas não a ponto de ter certeza do título. Longe disso. Os 2 a 0 construídos no Pacaembu permitem que a equipe de Mano Menezes perca por dois gols de diferença no Beira-Rio para ficar com o título – exceto o 2 a 0, que leva a decisão para os pênaltis. Ao Colorado resta vencer por três gols de diferença ou devolver o placar de São Paulo para tentar a sorte nas penalidades máximas.

O jogo promete. Se os paulistas têm Ronaldo, os gaúchos contam com o retorno de Nilmar. A garra de Guiñazu bate de frente com a determinação de Elias. Taison e Dentinho travam o duelo das promessas. Felipe e Lauro prometem construir mais uma muralha em seus gols na grande decisão.

O dossiê da polêmica

Falar de um jogo entre Internacional e Corinthians é lembrar de um clássico recheado de rivalidade. As rusgas entre os dois clubes nasceram nos anos 70, com o título conquistado pelos gaúchos sobre os paulistas em 1976, e ganharam força de vez em 2005, no polêmico Brasileirão vencido pelo Timão. Em 2009, o reencontro na final deu novo empurrão à indisposição entre os dois clubes. E um dossiê chegou para esquentar ainda mais o clima.

Fernando Carvalho, vice-presidente de futebol do Inter, apresentou à imprensa um vídeo contendo erros de arbitragem que favoreceram o Corinthians na Copa do Brasil. Alguns lances realmente apresentam falhas claras dos árbitros. Outros são discutíveis. O dirigente colorado disse que o adversário só chegou à final por causa da arbitragem.

O Timão, claro, não gostou. Até Ronaldo criticou o "Dossiê Carvalho".

- Os cartolas do futebol têm de fazer alguma coisa para aparecer. Muitas vezes, fazem para atrapalhar. Mas o futebol é lindo e emocionante por causa dos erros dos árbitros. Imagine se fosse tudo automático, sem nenhum tipo de erro? Seria monótono – comentou o Fenômeno.

Um Colorado diferente

O Inter muda para a decisão. A ausência de Sandro, lesionado, deve implicar na entrada de Andrezinho no meio. Com isso, Magrão e Guiñazu ficam mais recuados. Na prática, a equipe perde um pouco de combatividade, mas ganha poder ofensivo em uma partida que exige gols para os gaúchos serem campeões.

Outra novidade vermelha está na zaga. Danny Morais ganhou a vaga de titular de Álvaro depois do jogo no Pacaembu. A tão esperada chance chegou para ele no momento mais decisivo do ano.

- Eu sempre corri atrás disso. Não posso ficar escolhendo a melhor hora. A responsabilidade aumenta, mas fui eu mesmo que criei essa expectativa. Nada cai do céu. Tudo foi conquistado – afirmou o defensor de 24 anos.

Kleber e Nilmar, de volta ao clube após a conquista da Copa das Confederações pela seleção brasileira na África do Sul, reforçam a equipe de Tite. O atacante é a grande esperança da torcida para mudar um quadro complicado. Ele sabe que carrega uma responsabilidade maior na decisão.

- Isso é porque sou atacante e estava na seleção brasileira. Na verdade, sempre tive uma responsabilidade muito grande aqui. Sei da minha importância. A cobrança existe. Ela só aumenta um pouco agora – disse o jogador.

O Inter tenta quebrar um jejum de 17 anos sem títulos nacionais. O último foi justamente na Copa do Brasil, em 1992. De lá para cá, o clube cresceu, conquistou torneios internacionais e foi campeão do mundo, mas não conseguiu repetir o feito em território nacional.

Timão sem esconde-esconde

Mano Menezes não tem muito o que esconder no Corinthians. O lateral-esquerdo André Santos, também campeão da Copa das Confederações com a seleção brasileira, se juntou ao grupo na terça-feira pela manhã, em Curitiba, e está confirmado. No mais, a equipe será a mesma do primeiro jogo, com Dentinho, Ronaldo e Jorge Henrique no ataque.

- A equipe está definida. O Corinthians tem uma escalação que vem sendo utilizada na maioria dos jogos decisivos, e os resultados foram muito bons. Preciso respeitar isso. O que você pode trabalhar a mais são as jogadas de bola parada ou saída rápida. Dá para fazer algo diferente com base em um novo jogador do adversário que pode entrar – afirmou o treinador.

O comandante alvinegro, aliás, garante que o seu time está preparado para se adaptar a qualquer novidade criada por Tite. No entanto, considera praticamente impossível alguém fazer algo tão inovador a ponto de o treinador adversário ser surpreendido.

- Estamos trabalhando para todas as variações, com D’Alessandro e Andrezinho jogando juntos, com o Glaydson no meio, o Danny Morais na marcação, e até três atacantes. Mas é difícil aparecer uma surpresa. Você já vai analisando o que vai acontecendo na temporada.

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