O portal de notícias Huffington Post ganhou um Pulitzer, prêmio mais respeitado na área de jornalismo. No ano passado, o site publicou uma série de reportagens - Beyond the Battlefield – sobre histórias de veteranos do exército americano feridos nas guerras do Iraque e do Afeganistão.
A série de matérias, que chegou a se transformar em um ebook, faz uso de vídeos, fotos, infográficos e integração com plataformas de redes sociais.
É um tipo de jornalismo diferente do que o HuffPost tradicionalmente faz – focado demais em ser viral e atraente para os mecanismos de buscas. Aliás, David Wood, veterano jornalista responsável pelas reportagens faz parte da pequena equipe de profissionais pagos pelo HuffPost e não dos numerosos “blogueiros convidados” que não recebem remuneração financeira pelo seu trabalho.
O HuffPost não é a primeira publicação com DNA 100% digital a receber o prêmio. Em 2010, a organização ProPublica, em parceria com a NYTimes Magazine, levou o Pulitzer para a redação.
O recebimento do prêmio mostra o quanto a internet trouxe novas marcas ao jornalismo. Algo que historicamente é bem comum. Sempre quando surge uma nova plataforma ou dispositivo de distribuição de conteúdo, novas marcas nascem.
Há 15 anos quem imaginaria que o Huffington Post se tornaria uma importante marca na área de jornalismo, chegando a receber um Pulitzer?
O prêmio dedicado ao HuffPost tem um outro componente interessante – em mostrar que oportunidades estão abertas e que o discurso “velha mídia” versus “novas mídias” não encontra mais espaço.
Assim como o Pulitzer não é algo mais restrito a estabelecidas empresas de jornalismo, ferramentas como blogs, infográficos online e plataformas de redes sociais não são e nunca foram de uso exclusivo das novas empresas de mídia. Apesar da aura mágica criada em torno delas, são ferramentas acessíveis a todas organizações – novas e tradicionais empresas de jornalismo.
O HuffPost soube muito bem utilizá-las e conquistou um Pulitzer. Da mesma forma, empresas tradicionais podem fazer o mesmo. Guardian e NYTimes, por exemplo, vêm integrando essas ferramentas ao dia a dia, com usos melhores do que o de muita empresa nova e descolada de mídia.
Um outro exemplo vem do próprio HuffPost. Junto com o recebimento do prêmio de jornalismo, o site anunciou que lançará uma revista semanal exclusiva para tablets. Há um bom tempo “fazer revista” deixou de ser algo exclusivo de empresas estabelecidas. As possibilidades agora estão abertas.
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