Uso de crack cresceu após ações contra cocaína, segundo PF
De acordo com diretor-geral da Polícia Federal, os esforços mundiais contra o consumo da cocaína favoreceram o aumento da procura ao crack. Especialistas discordam
O diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, disse que a explosão do consumo de crack no Brasil é resultado do sucesso de uma política mundial de repressão contra a cocaína. Corrêa afirmou que o aumento do controle dos insumos necessários para o refino da cocaína nos últimos anos resultou na elaboração de um subproduto, o crack, que passou a ser oferecido pelas quadrilhas de traficantes.
"O crack, por incrível e contraditório que pareça, é um sinal de sucesso de uma política mundial de repressão. Tem diminuído o acesso ao cloridrato (cocaína pronta para o consumo) e aí surge um subproduto tão maléfico e tão perigoso (como o crack). E as quadrilhas vão se adequando a esse mercado", afirmou o diretor-geral da PF, após a abertura da 27ª edição International Drug Enforcement Conference (IDEC), a maior conferência mundial antidrogas, que acontece no Rio de Janeiro.
Corrêa explicava sua tese de combate ao tráfico de drogas, baseada na corresponsabilidade entre países produtores e consumidores, quando relacionou a explosão do consumo do crack à diminuição da produção de cocaína. Segundo ele, as dificuldades impostas pela repressão fez com que as quadrilhas de traficantes buscassem uma alternativa. "Essa dificuldade gera um produto, uma pasta básica de baixa qualidade", afirmou.
As afirmações do diretor-geral da PF surpreenderam a cientista social e coordenadora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania, da Universidade Candido Mendes, Silvia Ramos. "Não sei de onde ele tirou isso. Essa declaração não procede em relação a todos os estudos internacionais combinados com a nossa experiência empírica no Brasil", disse.
Segundo ela, a entrada do crack é resultado da falência total da atividade do controle da venda de drogas e da ampliação dos mercados dos traficantes. "Todos os estudos mostram que no mundo inteiro, e isso não é diferente no Brasil, o crack tem a ver com economia. É uma criação de opção de consumo de droga para uma parte mais pobre da população", afirmou Silvia Ramos.
Na avaliação do titular da Delegacia de Combate às Drogas (DCOD) da Polícia Civil do Rio, Marcus Vinícius Braga, a explosão do crack realmente está ligada à realidade de mercado. "Só aumentou o crack por causa da repressão ao tráfico da cocaína e maconha em operações em favelas. É uma questão de comércio", afirmou o delegado.
A CRACOLÂNDIA Morador de rua fuma crack em São Paulo, onde a droga chegou à classe média na década de 1990
Corrêa explicava sua tese de combate ao tráfico de drogas, baseada na corresponsabilidade entre países produtores e consumidores, quando relacionou a explosão do consumo do crack à diminuição da produção de cocaína. Segundo ele, as dificuldades impostas pela repressão fez com que as quadrilhas de traficantes buscassem uma alternativa. "Essa dificuldade gera um produto, uma pasta básica de baixa qualidade", afirmou.
Segundo ela, a entrada do crack é resultado da falência total da atividade do controle da venda de drogas e da ampliação dos mercados dos traficantes. "Todos os estudos mostram que no mundo inteiro, e isso não é diferente no Brasil, o crack tem a ver com economia. É uma criação de opção de consumo de droga para uma parte mais pobre da população", afirmou Silvia Ramos.
Na avaliação do titular da Delegacia de Combate às Drogas (DCOD) da Polícia Civil do Rio, Marcus Vinícius Braga, a explosão do crack realmente está ligada à realidade de mercado. "Só aumentou o crack por causa da repressão ao tráfico da cocaína e maconha em operações em favelas. É uma questão de comércio", afirmou o delegado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário