quarta-feira, abril 28, 2010

Principais fontes de desmatamento analisadas na pesquisa estavam relacionadas à queimadas naturais e à atividade humana. (Foto: Rodrigo Baleia/Greenpeace)

Brasil é o país que mais desmatou no mundo entre 2000 e 2005, diz pesquisa.

Estudo mostra que planeta perdeu 1.011.000 km2 de florestas no período.
Estado com piores índices de desmatamento no Brasil foi Mato Grosso.

A superfície florestal diminuiu 3,1% entre 2000 e 2005 no mundo, segundo estudo baseado em observações por satélites e publicado nesta segunda-feira (26) nos Estados Unidos. De acordo com estimativas da pesquisa, o Brasil foi o país que sofreu a maior redução de suas matas nesse período.

No total, entre 2000 e 2005, a perda foi de 1.011.000 km2 de, o que representa uma redução de 0,6% a cada ano. A superfície florestal do planeta era de 32.688.000 km2 no início do estudo.

Segundo maior país em quantidade de área florestal (4,6 milhões de km2), atrás apenas da Rússia (5,12 milhões de km2), o Brasil sofreu a maior redução de suas matas no período. Foram 165 mil km2 (3,6% do total) de matas cortadas. Já o Canadá, com superfície florestal de 3 milhões de km2, foi o segundo com maior redução de área verde. O país perdeu 160 mil km2 no período, que representam 5,2% do total de suas florestas. A perda bruta de superfície florestal é definida na pesquisa como produto de causas naturais, como incêndios provocados por raios, e atividades humanas.

Segundo os autores da pesquisa, divulgada pela Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, estimativas precisas são indispensáveis nos esforços de contabilização das emissões de dióxido de carbono, um dos principais gases de efeito estufa, e para elaborar modelos climáticos, explicaram. Por região, as matas boreais, no Ártico, representam 26,7% da superfície florestal do planeta - a segunda mais importante - e registraram a maior redução para o período (4% do total). Dois terços desta quantia tiveram origem em incêndios naturais, afirmaram cientistas das Universidades de Dakota do Sul e de Nova York, dos Estados Unidos.

Amazônia
As matas tropicais úmidas, que cobrem 11,5 milhões de km2 do planeta e representam a maior superfície florestal da Terra, perderam 2,4% de sua superfície, o que equivale a 27% da perda total. A análise para a Amazônia considerou um outro estudo, divulgado em 2009, que usou como referência os dados sobre desmatamento do Prodes, sistema de monitoramento por satélite da Amazônia Legal no Brasil, mantido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Os dados foram comparados com as medições do sensor Modis do satélite Landsat e destacam a porcentagem de área florestal desmatada em cada estado para o período. Segundo as duas fontes, Mato Grosso teve cerca de 10% de sua área desmatada no período, a maior taxa. O Amapá é o estado que menos sofreu com desmatamento entre 2000 e 2005, com menos de 1% de sua área total comprometida.

Mundo
As florestas tropicais em zona seca - 7,13 milhões de km2, ou 21,8% das superfícies de mata do mundo - diminuíram 2,9% de 2000 a 2005, o que representou 20,2% das perdas florestais totais. Já as matas das zonas temperadas - 5,2 milhões de km2, ou 16,1% do total mundial em 2000 -, perderam 3,5% de sua superfície. Por continente, a América do Norte - com superfície florestal de 5,8 milhões de km² em 2000 - sofreu a maior redução no período (5,1%, ou 295 mil km2). Ásia e América do Sul perderam duas vezes menos em comparação com sua superfície de mata, 2,8% e 2,7%, respectivamente.


Fonte: Do Globo Amazônia, em São Paulo*

* Com informações da France Presse


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