Apesar de cair 13,44% na faixa etária de 10 a 17 anos, o trabalho
infantil entre crianças de 10 a 13 anos aumentou no Brasil na última
década, segundo dados do Censo Demográfico 2000/2010 do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados hoje (12), por
conta do Dia Internacional de Combate e Erradicação do Trabalho
Infantil.
Essa é a faixa etária considerada a mais preocupante, pois representa a
transição entre os ensinos fundamental e médio, em que há alta
incidência de abandono escolar e impacto sobre a aprendizagem.
Foto 6 de 8 - Lixão
da Estrutural, a 15 quilômetros da região central de Brasília,
concentra o maior número de casos de exploração do trabalho de crianças e
adolescentes na capital federal. Hoje é o Dia mundial de combate ao
trabalho infantil. Atualmente há no Brasil mais de 4 milhões de crianças
e adolescentes trabalhando.
O crescimento foi de 1,56%, o que corresponde a cerca de 10,9 mil
crianças a mais no mercado de trabalho. No total, considerando todas as
faixas etárias, o IBGE identificou redução de 530 mil crianças e
adolescentes ocupados.
De acordo com a secretária-executiva do Fórum Nacional de Prevenção e
Erradicação do Trabalho Infantil (FNPeti), Isa Oliveira, presente em ato
de comemoração à data, realizado no Ministério da Justiça, o aumento de
1,56% é “grave e inaceitável”, ainda que pareça pouco representativo.
“Estatisticamente, pode não significar nada. Mas não quero falar de
estatísticas, mas de vidas humanas. Isso representa vidas de crianças
que estão com direitos violados”, disse.
A ministra da Secretaria de Direitos Humanos (SDH), Maria do Rosário,
afirmou que há setores mais resistentes à redução do trabalho infantil.
"É nosso desafio atacar os núcleos duros do trabalho infantil, como os
lixões. Temos de continuar integrando as redes de proteção à infância
para reverter esse quadro de violência que existe, ainda que
residualmente. Temos que atuar onde o Estado não chega", disse.
O crescimento mais significativo do trabalho entre crianças de 10 a 13
anos ocorreu em Roraima, no Amapá e Distrito Federal - que teve o
aumento mais expressivo, de 179,4%, representando 3.067 crianças
inseridas no mercado.
“Esses dados são de um período anterior [à atual gestão]. Acredito que
agora que temos uma atuação mais sistemática, um novo estudo teria
resultado diferente. Ainda assim, há necessidade de aprimorar a
identificação das crianças nessa situação”, explicou o secretário de
Desenvolvimento Social do Distrito Federal, Daniel Seidel.
Segundo Seidel, os locais onde há maior incidência de trabalho infantil
no DF são as regiões administrativas Brazlândia, Samambaia (onde
predomina o trabalho doméstico) e Estrutural - onde há um lixão.
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