terça-feira, agosto 11, 2009

Ponto de interrogação só cabe em perguntas diretas

Por Thaís Nicoleti
"Não dá para entender por que a Fifa não adota recursos tecnológicos para evitar erros graves na arbitragem, como já fazem outros esportes?"

O ponto de interrogação indica a inflexão de voz que fazemos quando proferimos uma pergunta a alguém: "Quem é você?", "Por que chegou tão tarde?", "Como posso retribuir o favor?".

Essas são interrogações diretas, dirigidas a um interlocutor. Existem, porém, as interrogações indiretas, próprias do discurso indireto. São orações subordinadas substantivas objetivas diretas justapostas. Vamos compreender melhor isso.

Essas orações têm a função de objeto direto porque completam algum verbo transitivo direto e são justapostas porque são introduzidas não por uma conjunção integrante (que ou se), mas por um advérbio interrogativo (de modo, de tempo, de causa, de lugar). Assim: "Ele não entendeu como ela chegou lá" (advérbio de modo), "Ele não percebeu quando ela entrou" (advérbio de tempo), "Ele não sabe por que ela chegou tarde" (advérbio de causa), "Ele quis saber onde ela morava" (advérbio de lugar).

É importante observar que essas orações são interrogações indiretas. Não requerem, portanto, a entonação típica da pergunta e, por isso mesmo, terminam com ponto final.

Veja, abaixo, a correção da pontuação:

Não dá para entender por que a Fifa não adota recursos tecnológicos para evitar erros graves na arbitragem, como já fazem outros esportes.

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