Os fiéis leitores deste
modesto blog já conhecem minha predileção pelas coisas do passado. Sou um
assumido defensor das tradições e dos usos e costumes de nossos antepassados.
Considero o conhecimento da História de fundamental importância ao crescimento
de qualquer sociedade. O mundo em que vivemos, obviamente, não se iniciou hoje.
Por essa razão, há de se preservar a memória e dar o merecido valor aos que nos
precederam nesta amada terra.
Diante disso, muitos,
certamente, estranharão este meu posicionamento: sou radicalmente contra a
queima de fogos de artifício, seja em qual ocasião for. Não me refiro, no
entanto, ao belo espetáculo visual que alguns tipos proporcionam. Incomodam-me,
apenas, os excessivamente barulhentos, principalmente se detonados em horários
impróprios.
Reconheço que shows
pirotécnicos já se incorporaram às tradições nordestinas, principalmente nas
médias e pequenas povoações, por ocasião de festejos religiosos. Costuma-se,
também, utilizar-se de rojões visando a celebrar algum acontecimento importante
ou a agradecer aos santos por alguma graça alcançada. Não questiono os motivos
que levam alguém a queimar dinheiro. Porém, defendo haver outras formas de
comemorar, mais benéficas às pessoas que nos rodeiam.
Por que investir em
barulho, com a intenção de agradecer a determinado(a) santo(a), quando seria
mais útil e humano adquirir cestas básicas e doá-las a quem delas realmente
precisa? Por que insistir num tipo de comemoração que, geralmente, só é bem
recebida por um número reduzido de pessoas? Quem, em sã consciência, gosta de
ser repentinamente despertado por seguidas explosões? Idosos, enfermos e bebês
concordariam com tais manifestações, acaso fossem consultados ou pudessem
revelar sua opinião?
Esses e outros
questionamentos deveriam ser feitos a si mesmos por todos os defensores do
foguetório. Há alguns dias, iniciou-se uma campanha na rádio local a fim de se
adquirirem os fogos que serão detonados durante a Festa da Padroeira. Nada
contra os responsáveis e os doadores, ainda que não consiga achar um único
argumento capaz de justificar tamanho desperdício. Trata-se de uma tradição a
ser revista, dada sua incompatibilidade com o atual estágio da sociedade. Não
mais se justifica incomodar um grande número de pessoas apenas em nome de um
costume, no mínimo, de gosto duvidoso. Como já frisado acima, há variadas
formas de demonstrar contentamento sem que os tímpanos alheios sofram.
Aceito opiniões contrárias.
Só não me apareçam com chacotas ou ataques gratuitos. Em vez de tentar
desqualificar o emissor, lancem mão de argumentos sólidos e racionais. Promover
debates sérios e produtivos é, como vocês sabem, o principal objetivo deste
blog. Não estou me opondo a ninguém ou a nenhuma religião. Alio-me, isso sim,
aos que defendem o direito de todos à paz e à tranquilidade, direito esse que,
em nenhum momento, pode ser relativizado.
Blog de Alcimar
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