Blog sob a responsabilidade dos alunos da Escola Estadual Amaro Cavalcanti, Ensino Médio, de Jardim de Piranhas, RN.
sexta-feira, agosto 31, 2012
Natal das antigas
Os acessos foram muitos, alguns não estão conseguindo chegar à página, devido aos muitos posts, e pediram para trazer o ‘Natal das antigas‘ para a página do momento. Pedidos atendidos, eis:
Getúlio Soares, Cláudio Porpino, Eduardo
Serrano, Wellington Paim, Magnolia Fonseca, Sérgio Coxinha, Paulo
Monte, Marquinhos Freire, Patrícia Monte,…vão ter boas recondações.
Quem não se lembra de Natal das antigas?
Circula por e-mails, o ‘Teste de memória‘…
Quem se lembrar de mais é só acrescentar que o blog envia…
Fez curso de datilografia na lateral do Instituto Brasil ou no SENAC?
Ia para o centro da cidade nas noites de dezembro?
Lanchava nas Lojas Brasileiras? Foi andar de escada rolante logo que inaugurou?
Freqüentava a galeria do ‘Barão do Rio Branco’?
Fazia compras na ‘Love Boutique’?
Patinou na pista do Aero Clube?
Assistiu shows no Palácio dos Esportes? E ao sair lanchou no ‘Passaport’?
Não perdia as festas de São João do Neves, Marista e Salesiano, e ainda das ruas Ângelo Varela e Jaguarari ?
Não perdia as festas de São João do Neves, Marista e Salesiano, e ainda das ruas Ângelo Varela e Jaguarari ?
Ia pro JERNS torcer fervorosamente por seu colégio?
Paquerar circulando no Palácio dos Esportes?
Saborear um picolé BIG MILK;
Não perdia a ‘Festa do Caju’ da Redinha; com direito a paquera no ‘Pé do Gavião’?
Fazia parte de alguma turma de rua?
Freqüentou todos os ‘arrastas’ e festinhas ‘americanas’ ?
Dançou de rostinho colado ou você era das que ‘botavam macaco’?
Frequentou o ABC, Hippe e Piri-Piri?
Frequentou o Bar Postinho?
Frequentou a Sorveteria Belém?
Frequentou A casa da Música?
Lanchou no Barramares?
Frequentou as matinês de domingo no Aero Club, com o Impacto 5?
Frequentou o Caravelas Bar (bar do Flauberto)?
Foi para as discotecas do América e da AABB, nos ‘Embalos de Sábado à noite’ ?
Brincou carnaval no América, AABB ou Aero Club? E, lógico, fazia parte de algum bloco?
E o corso na Av Deodoro em dias de carnaval, nos JIPPEs sem capota?
Chorou assistindo ‘Marcelino Pão e Vinho’ nas matinês do Cine Rio Grande?E depois lanchar na casa da Maçã ?
Ia escondido para os filmes ‘pornôs’ do ‘Cine Rex’?
Era ‘piolho’ do ‘Quem-me-quer’ na praia dos Artistas?
Tomava ‘umas’ no ‘Sinus bar’ observando os surfistas?
Frequentou a La Prision nas matinês do domingo (comeu pipoca com coca-cola)?
Frequentou o Libertè e Boate 775?
Foi a festas no Circulo Militar, na Rampa (e a boate da Rampa?)?
Frequentou O Bier House?
Via os pegas no ‘Stop’ e depois no ‘Tobs’?
Tomou um caldinho de feijão na ‘Tenda do Cigano’ ao sair da boate ‘Royal
Salute’?
Salute’?
Frequentou a’ transamazônica’, na Praia do Forte? (sexo ecológico!)
Era assíduo da ‘Apple’, Augustus? (sem comentários…..) Ia também pro ‘Club Set’?
Strepteese na boate do DUCAL?
Frequentou O Boliche, na praia dos Artistas?
Passava horas no KTIKERO bebendo a cerveja mais gelada da cidade e ouvindo as mentiras de ‘Bigode’?
Curtiu o ‘Iara Bar’?
Ouviu Pedrinho Mendes e Sueldo no ‘Boteco’ , no Boca da noite, e o Antigamente.. . encontrou a galera na ‘Bodega da Praça’?
E nao podemos esquecer…. Restaurante do hotel Samburá, Xique-xique…lá no posto São Luis da Av. Salgado Filho.
VOCÊ É DE NATAL E FEZ PARTE DA ‘GALERA DAS ANTIGAS’ !!!
TUDO BEM, VOCÊ TÁ FICANDO VELHO, MAS NÃO DEIXE NOSSAS LEMBRANÇAS SE APAGAREM…
REPASSE A TODOS QUE VIVEU A MELHOR ÉPOCA DE NATAL!
Faltou o CAFÉ DA MANHÃ NO HOTEL TIROL;
Ficava na Av. Hermes da Fonseca
assistindo os blocos de carnaval passarem e jogava água nos integrantes
dos blocos com as lanças de plástico;
Tem mais:
Jogar bola na praia de Miami; Levar as "pinicas pro Bosque dos Namorados à noite, tomar uma no Frango da Passagem, Ir para as passeatas de Aluizio Alves, Jajá e Garibaldi,;noitadas de rock and roll no Chernobil, Vila Negra e Bar do Buraco; lanchar no Madrugão na volta da Apple; comer pastel do Bom Lanche na Cidade.
Tem mais:
Jogar bola na praia de Miami; Levar as "pinicas pro Bosque dos Namorados à noite, tomar uma no Frango da Passagem, Ir para as passeatas de Aluizio Alves, Jajá e Garibaldi,;noitadas de rock and roll no Chernobil, Vila Negra e Bar do Buraco; lanchar no Madrugão na volta da Apple; comer pastel do Bom Lanche na Cidade.
Quem lembra das barracas da praia dos Artistas?
Estudou no SCBEU?
Fez compras no Mini-Preço?
Quem souber de mais alguma…envie por email de Elisabeth Queiroz: betaqueiroz1@hotmail.com
Do blog: baseados na postagem acima, estamos organizando o post "Jardim das Antigas". Se puder colaborar, envie sua sugestão.
Triste educação brasileira: 3,7 milhões de crianças e adolescentes estão fora da escola
Emenda constitucional aprovada em
2009 tornou obrigatória a frequência à escola da população entre 4 a 17
anos. E a partir de 2016, o ensino obrigatório cobrirá desde a
pré-escola até o Ensino Médio.
Maaasss…o
relatório apresentado hoje (31) pelo Fundo das Nações Unidas para a
Infância (Unicef) diz que 3,7 milhões de crianças e adolescentes entre 4
e 17 anos estão fora da escola no Brasil.
A maior defasagem é na pré-escola e no
Ensino Médio. Entre 6 e 14 anos, existe cerca de 730 mil fora da escola.
Na faixa etária de 15 a 17 anos, 1.539.811 que não frequentam a escola.
Entre as crianças de 4 e 5 anos que não estão matriculadas, a maior parte é negra: 56% do total.
Enquanto 32% das crianças de famílias com
renda familiar per capita de até um quarto do salário mínimo estão fora
da escola, apenas 6,9% das oriundas de famílias com renda superior a
dois salários mínimos per capita estão na mesma situação.
Ou seja:
muitas crianças de quatro a cinco anos não estudam porque não encontram
vagas na rede pública, já que as famílias com renda maior optam por
pagar uma escola particular.
Pesquisa mostra perfil dos moradores de rua
Um levantamento realizado pela Secretaria Municipal de Trabalho e
Assistência Social (Semtas) e a Faculdade de Ciências, Cultura e
Extensão do Rio Grande do Norte (Facex), revelou que mais de 80% das
pessoas que moram nas ruas da capital potiguar são homens, com idades
entre 25 e 42 anos. De acordo com a coordenadora da pesquisa, Iza Leal,
os números são preocupantes, uma vez que a faixa etária pertence a uma
população economicamente ativa. Mais de 70 % possui uma profissão, mas
não a exerce.
Os dados fazem parte da pesquisa intitulada 'Moradores de Rua em Natal: quem são e como vivem", realizada pela Semtas e a Facex. A coordenadora ressaltou que o levantamento mostra detalhadamente o perfil dos moradores de rua das quatro regiões administrativas da cidade. "O objetivo é analisar o perfil das pessoas em situação de rua de Natal. Os números preocupam porque são pessoas com baixo nível de instrução, que não tiveram acesso à escola e que estão sobrevivendo de bicos, favores, pequenos atos ilícitos, furtos, roubos e às vezes se envolvem com o tráfico. São pessoas que poderiam ter uma vida mais produtiva na sociedade e estão em um lugar de não cidadania", explica.
Iza Leal destacou que 78 moradores de rua foram entrevistados. O levantamento mostrou que muitos são do interior do estado, que vem para a capital em busca de trabalho, mas como não conseguem se fixar, terminam indo morar nas ruas. Há também casos de natalenses, que possuem família na cidade, mas já perderam o vínculo há muitos anos e não pretendem retomar o relacionamento. "Um dos motivos pelos quais essas pessoas perdem os vínculos com as famílias está relacionado à rejeição por parte dos parentes, que sentem medo e se envergonham das pessoas que moram nas ruas. A maioria dos entrevistados prefere ficar sozinha ou apenas com os companheiros de rua.", disse a pesquisadora.
O caso de um morador de rua chamou a atenção dos pesquisadores. "Um homem com uma grave doença cardíaca, precisou passar por uma cirurgia, e após se recuperar, não teve como voltar a trabalhar. Ele também não teve acesso a aposentadoria por falta de documentos e terminou indo morar na rua com a família", contou a Iza Leal.
Quase 70% dos entrevistados possuem pelo menos três filhos. As crianças geralmente são criadas pelas mães ou avós. Com relação ao nível de escolaridade, a maioria não saber ler e escrever. Os números mostram que 40% dos moradores de rua concluíram o ensino fundamental I. (Marcela Cavalcanti)
Os dados fazem parte da pesquisa intitulada 'Moradores de Rua em Natal: quem são e como vivem", realizada pela Semtas e a Facex. A coordenadora ressaltou que o levantamento mostra detalhadamente o perfil dos moradores de rua das quatro regiões administrativas da cidade. "O objetivo é analisar o perfil das pessoas em situação de rua de Natal. Os números preocupam porque são pessoas com baixo nível de instrução, que não tiveram acesso à escola e que estão sobrevivendo de bicos, favores, pequenos atos ilícitos, furtos, roubos e às vezes se envolvem com o tráfico. São pessoas que poderiam ter uma vida mais produtiva na sociedade e estão em um lugar de não cidadania", explica.
Iza Leal destacou que 78 moradores de rua foram entrevistados. O levantamento mostrou que muitos são do interior do estado, que vem para a capital em busca de trabalho, mas como não conseguem se fixar, terminam indo morar nas ruas. Há também casos de natalenses, que possuem família na cidade, mas já perderam o vínculo há muitos anos e não pretendem retomar o relacionamento. "Um dos motivos pelos quais essas pessoas perdem os vínculos com as famílias está relacionado à rejeição por parte dos parentes, que sentem medo e se envergonham das pessoas que moram nas ruas. A maioria dos entrevistados prefere ficar sozinha ou apenas com os companheiros de rua.", disse a pesquisadora.
O caso de um morador de rua chamou a atenção dos pesquisadores. "Um homem com uma grave doença cardíaca, precisou passar por uma cirurgia, e após se recuperar, não teve como voltar a trabalhar. Ele também não teve acesso a aposentadoria por falta de documentos e terminou indo morar na rua com a família", contou a Iza Leal.
Quase 70% dos entrevistados possuem pelo menos três filhos. As crianças geralmente são criadas pelas mães ou avós. Com relação ao nível de escolaridade, a maioria não saber ler e escrever. Os números mostram que 40% dos moradores de rua concluíram o ensino fundamental I. (Marcela Cavalcanti)
SERIAM OS SANTOS SURDOS?
Os fiéis leitores deste
modesto blog já conhecem minha predileção pelas coisas do passado. Sou um
assumido defensor das tradições e dos usos e costumes de nossos antepassados.
Considero o conhecimento da História de fundamental importância ao crescimento
de qualquer sociedade. O mundo em que vivemos, obviamente, não se iniciou hoje.
Por essa razão, há de se preservar a memória e dar o merecido valor aos que nos
precederam nesta amada terra.
Diante disso, muitos,
certamente, estranharão este meu posicionamento: sou radicalmente contra a
queima de fogos de artifício, seja em qual ocasião for. Não me refiro, no
entanto, ao belo espetáculo visual que alguns tipos proporcionam. Incomodam-me,
apenas, os excessivamente barulhentos, principalmente se detonados em horários
impróprios.
Reconheço que shows
pirotécnicos já se incorporaram às tradições nordestinas, principalmente nas
médias e pequenas povoações, por ocasião de festejos religiosos. Costuma-se,
também, utilizar-se de rojões visando a celebrar algum acontecimento importante
ou a agradecer aos santos por alguma graça alcançada. Não questiono os motivos
que levam alguém a queimar dinheiro. Porém, defendo haver outras formas de
comemorar, mais benéficas às pessoas que nos rodeiam.
Por que investir em
barulho, com a intenção de agradecer a determinado(a) santo(a), quando seria
mais útil e humano adquirir cestas básicas e doá-las a quem delas realmente
precisa? Por que insistir num tipo de comemoração que, geralmente, só é bem
recebida por um número reduzido de pessoas? Quem, em sã consciência, gosta de
ser repentinamente despertado por seguidas explosões? Idosos, enfermos e bebês
concordariam com tais manifestações, acaso fossem consultados ou pudessem
revelar sua opinião?
Esses e outros
questionamentos deveriam ser feitos a si mesmos por todos os defensores do
foguetório. Há alguns dias, iniciou-se uma campanha na rádio local a fim de se
adquirirem os fogos que serão detonados durante a Festa da Padroeira. Nada
contra os responsáveis e os doadores, ainda que não consiga achar um único
argumento capaz de justificar tamanho desperdício. Trata-se de uma tradição a
ser revista, dada sua incompatibilidade com o atual estágio da sociedade. Não
mais se justifica incomodar um grande número de pessoas apenas em nome de um
costume, no mínimo, de gosto duvidoso. Como já frisado acima, há variadas
formas de demonstrar contentamento sem que os tímpanos alheios sofram.
Aceito opiniões contrárias.
Só não me apareçam com chacotas ou ataques gratuitos. Em vez de tentar
desqualificar o emissor, lancem mão de argumentos sólidos e racionais. Promover
debates sérios e produtivos é, como vocês sabem, o principal objetivo deste
blog. Não estou me opondo a ninguém ou a nenhuma religião. Alio-me, isso sim,
aos que defendem o direito de todos à paz e à tranquilidade, direito esse que,
em nenhum momento, pode ser relativizado.
Blog de Alcimar
A FESTA É RELIGIOSA OU PROFANA?
Quem vive nesta amada terra
há mais de dez anos consegue facilmente identificar de que texto foram
extraídos os versos abaixo:
Vinde, vinde, povo santo
Vinde todos bem contritos
Louvar nossa padroeira
A Senhora dos Aflitos
Arrisco a dizer, no
entanto, que poucos se dão conta da exortação que se faz na bela estrofe do
Hino a Nossa Senhora dos Aflitos. Nela, aconselham-se os devotos da padroeira local
a se comportarem de modo pesaroso, em razão dos pecados cometidos. Pessoas contritas,
pois, apresentam semblantes de tristeza, dor, arrependimento.
Explicado o verso, convido-o,
fiel leitor, a acompanhar o raciocínio deste modesto escriba. Antes de
apresentar meus argumentos, porém, peço-lhe que não faça interpretações
afoitas. Segure seu ímpeto até o final da postagem. Concentre-se nas questões
que discutirei nas linhas seguintes.
Pois bem. Em maio do ano
passado, Dom Delson, bispo da Diocese de Caicó, recomendou a todas as paróquias
a ela subordinadas que evitassem vender bebidas alcoólicas nas áreas próximas
às igrejas, por ocasião das festas de padroeiro. Disse ele ao blogueiro Marcos
Dantas[1]:
(...) orientamos os padres e as
paróquias para que separem as coisas que as nossas festas religiosas sejam para
proclamar o evangelho, que fortalece o principio de proteger a vida. Como
estamos defendendo a vida, e vendendo bebidas alcoólicas nas festas religiosas?
Isso condiz com o ensinamento religioso do evangelho? Se alguém acha que
condiz, venha me dizer, porque não é esse o evangelho que estamos pregando.
Evidentemente que existe uma tradição por aí. Inclusive um dos temas das novas
diretrizes que aprovamos em Aparecida na ultima assembleia, trata-se de uma
conversão pastoral, é a gente mudar estruturas que não condizem com a nossa
realidade. E essa é uma tradição que precisa se mudar, para que a nossa
pregação realmente venha trazer os efeitos desejados, e não pareça que é uma
coisa contraditória. Falamos no altar uma coisa justa e certa, e na mesma hora,
na frente da Igreja nós praticamos outra coisa bem diferente.
Algumas paróquias, como a
de Parelhas, já colocaram em prática a recomendação acima. A de Jardim de
Piranhas, ainda não. Aqui, pelo contrário, comenta-se que integrantes da
Comissão Organizadora da Festa estariam bastante insatisfeitos com a não
contratação de famosas bandas de forró. A revolta, que se estendeu a parcela
considerável dos jardinenses, principalmente os mais jovens, fora motivada pela
ação da Justiça, que, segundo os descontentes, teria proibido a vinda das
esperadas atrações musicais.
Não chega a surpreender tal
comportamento. Somente quem passou as últimas semanas em Marte ainda não se apercebeu
do clima de animosidade que se vê nas ruas. No mundo real ou virtual, os nervos
estão à flor da pele. Basta uma faísca para produzir um incêndio de proporções
catastróficas. Logo se buscam os culpados por tudo de ruim que acontece. Os alvos,
invariavelmente, são sempre os mesmos: ou é o juiz, ou o promotor, ou o
candidato adversário.
É hora de dar um basta a
tanta histeria. Que um ou outro desavisado, nas esquinas da cidade ou em redes
sociais, ocupe-se em culpar inocentes por tudo que considera errado é até aceitável.
Inadmissível é assistir a pessoas cultas e bem informadas comportando-se como
crianças mimadas, que esperneiam diante de qualquer contrariedade. E o pior:
não demonstram o menor pudor em divulgar fatos e versões totalmente dissociados
da realidade.
Ora, é notório que os
municípios nordestinos, em sua grande maioria, enfrentam uma das piores secas
da história. Por esse motivo, decretou-se estado de calamidade em todos estes,
o que impede as Prefeituras, ao menos ética e moralmente, de desperdiçarem
preciosos recursos em festas populares. O Ministério Público, desde o mês de
junho, vem atuando no sentido de coibir os prefeitos ainda insensíveis ao
sofrimento dos mais pobres. Por causa de firme atuação de alguns promotores,
muitos municípios cancelaram as festas juninas que tradicionalmente promoviam[2].
Não se compreende, pois, tamanha revolta vista nas últimas horas. Quem costuma
ao menos ler blogs certamente deve haver tomado conhecimento do cancelamento da
Corrida de Jegues na vizinha Timbaúba dos Batistas[3].
Por que aqui deveria ser diferente?
Concordo com os 58% dos
leitores que entendem não ter a Prefeitura local o dever de contratar bandas
para a festa. Ainda que o município não estivesse em estado de calamidade, recursos
públicos não podem ser gastos de maneira tão irresponsável. Há muitos problemas
em Jardim a serem solucionados. Contratar bandas caríssimas, assim como ocorreu
na Festa de 2009, só é possível se se contar com o apoio do Governo Federal que,
nesse ano, repassou à Prefeitura local absurdos 300 mil reais para a “Promoção
de Eventos para Divulgação do Turismo Interno”. E foi só. Nos anos seguintes, a
fonte secou, principalmente depois que se desbaratou, na Paraíba, uma quadrilha
especializada em desviar recursos destinados a esses eventos[4].
A gritaria nos últimos dias
tem sido ensurdecedora. E ainda continua. Poucas vozes sensatas se fazem ouvir,
como a da Belª Jovita Araújo Sobrinha que, no Facebook, postou este brilhante
comentário: Em Natal, jovens protestam
contra aumento da tarifa de ônibus; em Jardim, se revoltam por causa de bandas
de forró!!! Quem dera os jovens jardinenses raciocinassem como essa jovem
advogada. Nem precisariam formar-se em Direito para tanto. Bastaria, apenas,
deixarem o fanatismo de lado para, desse modo, evitarem divulgar um monte de
asneiras e tolices.
Quem anuncia o fim da Festa
ou se preocupa com a manutenção financeira da paróquia está fazendo análises,
no mínimo, equivocadas. Se desejam atrações caras, que se mude o formato atual
e se permitam aos clubes contratá-las, como ocorre em várias cidades próximas a
Jardim. Se a igreja precisa dos recursos obtidos na Festa, que os devotos de
bom coração, ora impedidos de contratar essa ou aquela banda, doem à paróquia o
dinheiro que iriam despender. Afinal, quem dá de coração não faz propaganda de
si próprio.
Insensato, mesmo, é culpar
o Poder Judiciário pelo que está ocorrendo. Não é de hoje que candidatos estão
impedidos de contratar atrações musicais durante o período eleitoral. Quem ainda
não sabe disso precisa, urgentemente, procurar um psiquiatra. Somente infantes
e dementes acreditam na balela de que não há nenhum interesse eleitoreiro em
patrocinar bandas famosas para animar a Festa. O Ministério Público está apenas
cumprindo seu papel constitucional de zelar pelos interesses públicos e não
poderia, em nenhum momento, ser criticado por isso. Mas é a Justiça Eleitoral, ressalte-se,
a maior injustiçada nessa celeuma toda. O magistrado que brilhantemente conduz
o pleito não proferiu nenhuma decisão que proibisse a contratação das bandas
anunciadas. Quem o culpa o faz por desconhecimento ou má-fé.
Em vez de se insurgir
contra a aplicação de uma lei, melhor seria aproveitar a ocasião para se
repensar a Festa da Padroeira. É plenamente possível à Paróquia arrecadar boa
soma de recursos sem a venda de bebidas alcoólicas nas imediações da igreja. Atrações
musicais podem ser patrocinadas por empresários e comerciantes. Shows mais
caros podem ser realizados nos clubes. Com inteligência e bom senso, o evento
pode-se tornar bem melhor e, acima de tudo, fiel aos princípios religiosos. E
tudo sob as bênçãos de Nossa Senhora dos Aflitos!
Fonte: Alcimar Araújo
sexta-feira, agosto 17, 2012
A arte de criar jingle para campanha eleitoral
Quando se cria um jingle político, deve se achar um bom refrão. Não é só o primeiro passo, é mais de meio caminho andado.Reze pra que o “freguês” tenha um nome sonoro, que abra boas possibilidades de rimas e que não facilite nenhuma paródia venenosa. Nunca se deve dar munição ao inimigo, certo ?Escolha com cuidado junto à estratégia da campanha o conceito básico e o gênero musical de acordo com a região e o público-alvo antes de desenvolver o seu jingle. A obra tem que ser coerente com a imagem, a marca e as expectativas do candidato. Vá além do briefing, que pode ser bem ou mal passado. Briefing a cavalo também tem pra burro.Use idéias contidas no discurso do candidato, palavras com as quais ele se identifique. Soa mais verdadeiro, cola mais na imagem dele.Não adianta fazer um rol de slogans ou de obras realizadas. No calor da luta, no correr da canção, não fixa nada e denota muita intencionalidade. O eleitor é gato escaldado.Um bom jingle tem que emocionar, convencer e grudar na orelha.Partidos, partidos, negócios à parte, o poder de comunicação de uma canção é incontestável. E pode ser uma arma em mãos erradas, he, he, he! (risada de vilão de cartoon).Em relação à paródia, se a música escolhida for de domínio púplico sim,caso contrário você tem que pedir autorização, não ao cantor mas ao compositor da obra, pagando ou não a ele os direitos autorais …aí isso é ele que tem poder de decisão se cobrar ou não, fora disto …é furada! O camarada pode levar processo do autor pela Lei do direito autoral 9.610/1998
Imagens mais incríveis hoje vêm do Instagram, diz pioneiro da foto digital
Pedro Meyer foi um dos primeiros fotógrafos a trabalhar com foto digital.
'Hoje, a fotografia é a vanguarda da cultura', diz espanhol de 77 anos.
Pedro Meyer, de 77, começou a trabalhar com foto
digital nos anos 1990 (Foto: Guilherme Tosetto/G1)
digital nos anos 1990 (Foto: Guilherme Tosetto/G1)
“Os fotógrafos costumavam fazer imagens apenas do outro, do exótico.
Eles não fotografavam suas vidas porque não achavam interessante. Hoje,
todo mundo faz fotos das suas vidas”, afirma Pedro Meyer, fotógrafo
pioneiro da era digital, em entrevista ao G1. O
espanhol, que vive atualmente no México, participou nesta semana da
feira de fotografia e imagem Photoimage Brazil, em São Paulo.
Meyer, que desde a década de 1990 realiza projetos - o Zone Zero é um dos primeiros (veja aqui) - e exposições com fotos digitais no mundo, é usuário do Instagram, ferramenta que diz ser “fantástica”. “Hoje, as imagens mais incríveis estão vindo do Instagram. E quem disse que elas são piores que as feitas por profissionais?”, questiona o fotógrafo de 77 aos, que atualmente está preocupado em registrar momentos do seu cotidiano com câmeras cada vez menores. Para Meyer, as suposições sobre o que é um fotógrafo profissional não fazem mais sentido hoje. “Quando eu era jovem, fotógrafo profissional era alguém capaz de colocar um rolo de filme na câmera e tirar fotos”, diz.
Meyer, que desde a década de 1990 realiza projetos - o Zone Zero é um dos primeiros (veja aqui) - e exposições com fotos digitais no mundo, é usuário do Instagram, ferramenta que diz ser “fantástica”. “Hoje, as imagens mais incríveis estão vindo do Instagram. E quem disse que elas são piores que as feitas por profissionais?”, questiona o fotógrafo de 77 aos, que atualmente está preocupado em registrar momentos do seu cotidiano com câmeras cada vez menores. Para Meyer, as suposições sobre o que é um fotógrafo profissional não fazem mais sentido hoje. “Quando eu era jovem, fotógrafo profissional era alguém capaz de colocar um rolo de filme na câmera e tirar fotos”, diz.
Há quatro ou cinco anos, a fotografia era o parente pobre da cultura. Hoje, ela é a vanguarda da cultura"
Pedro Meyer, pioneiro da fotografia digital
“Hoje, em uma semana, mais fotos são tiradas e publicadas do que em 150
anos de fotografia. O Facebook pagou US$ 1 bilhão pelo Instagram, uma
companhia que existia há apenas 18 meses. US$ 1 bilhão é mais dinheiro
do que a venda de todas as fotos da história, de todos os museus, de
todas as galerias e coleções. Há quatro ou cinco anos, a fotografia era o
parente pobre da cultura. Hoje, ela é a vanguarda da cultura”, afirma
Meyer. Em novembro de 2011, a foto mais cara do mundo – uma panorâmica
do rio Reno, na Alemanha, registrada em 1999 – foi leiloada por US$ 4,3 milhões.
“O mesmo aconteceu com a impressão de Gutenberg. Antes, quem sabia ler e escrever? Ninguém, exceto os monges e os profissionais. Por quê? Porque não havia interesse. Por que temos tantas fotos hoje? Primeiro, porque isso não custa. Segundo, porque publicamos e compartilhamos. De repente, o valor de as pessoas tirarem fotos não significa que todo mundo sabe como fazer as imagens corretamente. O mundo é um espaço analfabeto porque não havia razão para ser alfabetizado na fotografia”, opina Meyer.
Meyer citou um projeto da Sony criado em 2011 que busca ensinar as pessoas a tirar fotos melhores. A iniciativa chamada "Sony Educa” (acesse aqui) oferece cursos on-line com especialistas do mercado de trabalho que disseminam o conhecimento em fotografia.
“Não é apenas o fato de que uma câmera pode tirar fotos por conta própria. Hoje, temos os melhores equipamentos ao mesmo tempo em que as pessoas adquirem alfabetização. Então, imagina como será o futuro com a questão da fotografia apenas começando?”, diz.
“O mesmo aconteceu com a impressão de Gutenberg. Antes, quem sabia ler e escrever? Ninguém, exceto os monges e os profissionais. Por quê? Porque não havia interesse. Por que temos tantas fotos hoje? Primeiro, porque isso não custa. Segundo, porque publicamos e compartilhamos. De repente, o valor de as pessoas tirarem fotos não significa que todo mundo sabe como fazer as imagens corretamente. O mundo é um espaço analfabeto porque não havia razão para ser alfabetizado na fotografia”, opina Meyer.
Meyer citou um projeto da Sony criado em 2011 que busca ensinar as pessoas a tirar fotos melhores. A iniciativa chamada "Sony Educa” (acesse aqui) oferece cursos on-line com especialistas do mercado de trabalho que disseminam o conhecimento em fotografia.
“Não é apenas o fato de que uma câmera pode tirar fotos por conta própria. Hoje, temos os melhores equipamentos ao mesmo tempo em que as pessoas adquirem alfabetização. Então, imagina como será o futuro com a questão da fotografia apenas começando?”, diz.
Registro recente do fotógrafo Pedro Meyer na rede
de fotos Instagram (Foto: Reprodução)
de fotos Instagram (Foto: Reprodução)
Investimento
Para os usuários sem dinheiro que querem comprar uma câmera digital, Meyer sugere que eles busquem os melhores e mais caros equipamentos para que não precisem se atualizar tão cedo. “Se você não tem muito dinheiro, você tem mais razões para comprar o melhor equipamento. Antes, as pessoas costumavam comprar uma câmera e, 25 anos depois, dar para o filho, que dava para a filha. Hoje, você pode fazer isso em seis meses. Então, ter um equipamento não é mais o problema. A questão é saber usá-lo”, recomenda Meyer, que utilizou duas câmeras compactas para fazer seus últimos trabalhos. Ele conta que, dias atrás, foi a uma loja em busca de lentes leves e perguntou ao vendedor: “quantas vezes você vendeu uma lente pelo peso?”. Hoje, Meyer tem problemas nas costas e não pode carregar equipamentos pesados.
“As pessoas dizem que a melhor câmera é muito cara. O problema é mudar o tempo todo. Há um tempo, eu estava explicando para alguns estudantes: vai a uma loja de departamento e compre uma câmera a crédito. Se você está mesmo interessado em fotografia, invista nas ferramentas que você precisa. E, quando você parar de pagá-la, você provavelmente irá vendê-la e pegar esse dinheiro para comprar a próxima. Isso vai se suceder por um tempo. Ter o equipamento não é o problema. Você deve tê-lo por um tempo. O importante é poder tirar as fotos que você gosta”.
Para os usuários sem dinheiro que querem comprar uma câmera digital, Meyer sugere que eles busquem os melhores e mais caros equipamentos para que não precisem se atualizar tão cedo. “Se você não tem muito dinheiro, você tem mais razões para comprar o melhor equipamento. Antes, as pessoas costumavam comprar uma câmera e, 25 anos depois, dar para o filho, que dava para a filha. Hoje, você pode fazer isso em seis meses. Então, ter um equipamento não é mais o problema. A questão é saber usá-lo”, recomenda Meyer, que utilizou duas câmeras compactas para fazer seus últimos trabalhos. Ele conta que, dias atrás, foi a uma loja em busca de lentes leves e perguntou ao vendedor: “quantas vezes você vendeu uma lente pelo peso?”. Hoje, Meyer tem problemas nas costas e não pode carregar equipamentos pesados.
“As pessoas dizem que a melhor câmera é muito cara. O problema é mudar o tempo todo. Há um tempo, eu estava explicando para alguns estudantes: vai a uma loja de departamento e compre uma câmera a crédito. Se você está mesmo interessado em fotografia, invista nas ferramentas que você precisa. E, quando você parar de pagá-la, você provavelmente irá vendê-la e pegar esse dinheiro para comprar a próxima. Isso vai se suceder por um tempo. Ter o equipamento não é o problema. Você deve tê-lo por um tempo. O importante é poder tirar as fotos que você gosta”.
Greve nas federais faz 3 meses com impasse entre governo e professores
Sindicatos pedem reabertura das negociações sobre salário e carreira.
Governo diz que conversas acabaram e pressiona por volta às aulas.
Professores federais em greve (Foto: G1 MG)
A greve dos professores das universidades federais completa três meses
nesta sexta-feira (17) com um grande impasse entre o governo e os
sindicatos da categoria. O governo apresentou duas propostas neste
período, e fechou um acordo de reajuste salarial com uma das entidades
docentes, a Federação de Sindicatos de Professores de Instituições
Federais de Ensino Superior (Proifes). No entanto, as outras duas
entidades docentes, o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições
de Ensino (Andes) e o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da
Educação Básica e Tecnológica (Sinasefe), que iniciaram o movimento de
greve, não aceitaram a proposta.
O governo federal diz que a negociação está encerrada e pressiona as
reitorias das universidades a planejar o calendário de reposição de
aulas. Por outro lado, Andes e Sinasefe afirmam não reconhecer o acordo e
pressiona o governo a reabrir o diálogo. Nesta quinta-feira (16), o
sindicato protocolou no Palácio do Planalto uma carta dirigida à
presidenta Dilma Rousseff pedindo reabertura imediata das negociações
com os docentes em greve.
A greve foi iniciada em 17 de maio. Do total de 59 universidades, 57
aderiram à paralisação, além dos 37 institutos, centros de educação
tecnológica e o Colégio Pedro II. Apenas a Universidade Federal do Rio
Grande do Norte (UFRN) e a Universidade Federal de Itajubá (Unifei) não
aderiram ao movimento. De acordo com a Andes, professores de 52
instituições realizaram novas assembleias após o governo assinar o
acordo com o Proifes e votaram pela continuidade da greve.
Nesta quinta-feira (16), os professores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) votaram pelo fim da greve nos quatro campi da universidade: Florianópolis, Araranguá, Joinville e Curitibanos. A greve começou no dia 11 de julho, após o final do primeiro semestre letivo. Os servidores técnico-administrativos continuam parados.
Nesta quinta-feira (16), os professores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) votaram pelo fim da greve nos quatro campi da universidade: Florianópolis, Araranguá, Joinville e Curitibanos. A greve começou no dia 11 de julho, após o final do primeiro semestre letivo. Os servidores técnico-administrativos continuam parados.
Ex-lanterna do Ideb, escola com Criança Esperança melhora nota na avaliação
Aulas em horário integral, programas de reforço escolar e melhora a autoestima, após professores ficarem "engasgados" com resultado levaram a evolução de 45%, diz diretor
Após ter o pior desempenho entre todas as escolas
públicas da cidade do Rio de Janeiro no Ideb (Índice de Desenvolvimento
da Educação Básica) em 2009, o Ciep João Goulart melhorou sua nota na
avaliação em 45% em 2011, no resultado divulgado nesta terça-feira (14).
A média subiu de 3,1 para 4,5, em dez pontos possíveis nas séries
iniciais do Ensino Fundamental.
Entretanto, nas séries finais, em que o colégio teve
desempenho ainda pior em 2009, com a nota 1,8, não foi avaliado. Segundo
o diretor Roberto Emygdio, na função desde o meio de 2011, não houve
alunos suficientes.
Como o iG
revelou em 2011, a
escola fica no Complexo Rubem Braga, no Cantagalo, que abriga o Espaço
Criança Esperança, o Afroreggae e o projeto Dançando para Não Dançar,
mas é administrada pela Prefeitura do Rio
.
O Cantagalo recebeu R$ 71 milhões em obras do PAC
(Programa de Aceleração do Crescimento), um elevador que virou ponto
turístico e uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora), instalada em
2009. Porém toda a projeção, infraestrutura e as visitas de personagens
célebres da política e da arte ao local não resultavam em bom
aproveitamento escolar dos alunos.
Nesta avaliação, a nota do Ciep João Goulart foi superior
à meta imposta pelo MEC à escola, 3,5, e ultrapassou até a projeção
para 2017, 4,4. Entretanto continua a ser uma nota baixa, ainda muito
inferior à meta do Rio de Janeiro, 5,1 - também não atingida pelo
Estado.
De acordo com o diretor, Roberto Emygdio, o mau resultado mexeu com todos os funcionários
. "Ficamos engasgados. Os professores se manifestaram fortemente pela
escola e decidimos juntos mudar, reverter, e os funcionários abraçaram a
ideia", disse ao iG
.
Desde que assumiu passou a direcionar parte do trabalho
de professores e monitores à preparação dos estudantes para a Prova
Brasil, que integra a nota do Ideb, junto com a taxa de aprovação.
Para ele, vários fatores levaram à evolução da nota dos
alunos, mas "os méritos são dos professores da escola", os mesmos de
antes, da Coordenação Regional de Educação, da Secretaria de Educação e
de todos os funcionários, "do ascensorista ao cozinheiro".
Horário integral, explicadores e até elevador novo ajudaram
Após receber uma UPP, o Ciep funciona desde 2009 como
"Escola do Amanhã", em período integral, com sete horas mais duas horas
de reforço, com estagiários. São servidos almoço e jantar. Mais dois
programas passaram a atuar no local, o "Mais Educação" - do governo
federal, com aulas extras de Português e Matemática - e a atuação de
"explicadores" bancados pela Firjan (Federação das Indústrias do Estado
do Rio de Janeiro) no reforço escolar.
Outros fatores menos tangíveis também influenciaram o
resultado, na opinião do gestor: a autoestima dos alunos melhorou entre
outras razões, com a chegada de elevadores novos - o colégio fica no
alto do morro, e os antigos, precários, só funcionavam em parte do dia.
"O mérito não é só meu. Tenho professores de primeira
linha e parceiros maravilhosos. Eu acreditei, e o diretor tem de
acreditar nos professores. Minhas crianças têm capacidade e vão ser
profissionais de futuro, como médicos e advogados", afirmou.
Após a reportagem do iG
, o Criança Esperança anunciou que ofereceria "imediatamente" aulas de reforço escolar
. O professor negou que aconteçam. "A atuação do Criança Esperança é
mais com a Educação Infantil. Participação com os alunos (que fizeram o
Ideb) não teve. Os méritos são dos professores", disse.
Em agosto de 2011, Roberto Emygdio, professor de matemática, prometera ao iG
melhora no Ideb e que trabalharia para elevar a autoestima dos alunos e professores
.
Colégio em favela com tráfico no Rio é o terceiro melhor do Brasil no Ideb
Com aulas em período integral, reforço escolar e participação dos pais, diretora nascida na comunidade eleva desempenho de escola no violento Morro da Pedreira
Ioliris Paes nasceu há 47 anos na Pavuna, bairro do
subúrbio do Rio com um dos piores Índices de Desenvolvimento Humano
(IDH) da cidade, próximo à divisa com a Baixada Fluminense. Desde 1996,
ela dirige o CIEP Glauber Rocha, no violento complexo de favelas na
região, que inclui o Morro da Pedreira
e as favelas da Lagartixa e Quitanda.
Contra todos os prognósticos, a escola teve o terceiro
melhor desempenho do Brasil nos anos iniciais do Ideb (Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica), com a média 8,5. “Nós temos nos
superado. No último Ideb, em 2009, tivemos 6,7 de média, e agora
conseguimos superar a nossa meta, que era evoluir 12,5% em relação ao
último”, vibra Ioliris.
Antes desacreditada pela população, a escola hoje conta
com a intensa participação das famílias e é o orgulho da comunidade. Em
1996, quando Ioliris assumiu a direção, eram apenas 89 alunos. Hoje são
512, da creche até o 5º ano, e sobram candidatos para as vagas.
“Nasci nesta comunidade e morei aqui até oito anos atrás.
Vi esta escola ser construída. Era muito desacreditada pela população,
não tinha alunos, não tinha projeto político-pedagógico. É uma área
altamente desafiadora, dentro da comunidade da Pedreira, Lagartixa,
Quitanda. Mas acreditamos no desenvolvimento da autoconfiança de cada
criança, valorizamos a ética do esforço”, afirmou ela, reeleita com 98%
dos votos de professores, alunos e pais.
A proposta de trabalho da Glauber Rocha tem alguns
pilares: educação em período integral, participação dos pais, projeto de
formação de leitores, com eventos mensais e reforço escolar, com apoio
dos professores, voluntários e estagiários.
“A criança é atendida conforme a necessidade, e o reforço
é permanentemente disponível. Temos aula em tempo integral, de 7h30 às
16h30, o que significa mais tempo para enriquecer o processo”, disse a
professora.
Esperança de UPP
Ioliris diz ter esperança da chegada de uma UPP (Unidade
de Polícia Pacificadora) na região para reduzir a violência e as
constantes trocas de tiros entre criminosos ou entre traficantes e
policiais.
“Não estamos em uma área pacificada, há violência e
vulnerabilidades familiares. Depois que chega UPP, a paz se instaura.
Mas isso não impede nosso trabalho, Não trabalhamos em cima dos
problemas, mas das soluções. Há respeito. Aqui não tem pichação. Eu
fecho a escola na sexta-feira e na segunda, está tudo igual”, afirmou.
Nem tudo são flores. Apesar do extraordinário desempenho,
a Glauber Rocha não foi incluída entre as “Escolas do Amanhã”, programa
da prefeitura do Rio para colégios em locais de risco. “Eu tenho
vivência em sala de aula e sabia que era possível esse resgate.
Trabalhamos em cima da possibilidade de sucesso da criança, nosso
cliente. Quando não tinha professora, eu dava aula, ou minha adjunta”,
contou.
Apesar do resultado positivo no Ideb, a escola ainda tem
carências básicas, como por exemplo, a falta de secretários escolares
para cuidar das questões administrativas. A diretora e seus assistentes e
professores muitas vezes se ocupam desse tipo de tarefa.
Conheça as redes estaduais reprovadas no Ideb
Treze redes estaduais de ensino não bateram metas de crescimento no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica estipuladas pelo Ministério da Educação
Os dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica
(Idep) 2011 divulgados nesta terça-feira pelo Ministério da Educação
(MEC) revelam que 13 redes estaduais não bateram todas as metas,
estabelecidas em 2005, para que o ensino atinja em 2021 uma qualidade
compatível com a dos países desenvolvidos.
Nos anos iniciais do ensino fundamental, Alagoas, Paraná e
Rio de Janeiro estão abaixo da meta. Doze Estados não conseguiram
alcançar a meta nos anos finais desta etapa: Alagoas, Amapá, Bahia,
Espírito Santo, Pará, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio
Grande do Sul, Rondonia, Roraima e Sergipe. No ensino médio, Alagoas,
Distrito Federal, Espírito Santo, Pará, Rio Grande do Norte, Rio Grande
do Sul e Sergipe não atingiram as metas.
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