Tunísia Schuler vai aplicar a prova a 200 alunos de uma escola em Dili.
Proposta é incentivar o estudo de ciências de forma lúdica.

Tunísia embarcou para o país asiático no início de 2012 e levou consigo a missão de introduzir a olimpíada nas escolas timorenses. "Através da OBA, as crianças são estimuladas a buscar o conhecimento de forma lúdica. A OBA desperta o interesse dos alunos pelo saber científico e pela tecnologia, além de incentivar jovens cientistas em potencial, dando a eles oportunidade de participação em outros eventos científicos", afirmou a professora, em entrevista por e-mail ao G1.

(Foto: Arquivo pessoal)
Desde a quarta-feira (2) até esta sexta-feira (4), os professores fizeram oficinas com os alunos participantes para treinar e poder reproduzir a experiência nos próximos anos. No sábado (5), os alunos assistiram a um filme e, na próxima quarta-feira (9), participarão de uma mostra de foguetes de papel. No dia 11, às 13h (horário de Dili), os estudantes farão as provas da olimpíada.
Recursos
Segundo Tunísia, várias entidades ajudaram a levantar os recursos para a realização do evento. "A OBA está doando 275 dólares (cerca de R$ 520) para todo o material escolar que será utilizado durante as oficinas. E a embaixada brasileira está nos fornecendo os equipamentos de multimídia (telão, datashow, caixa de som e gerador). Os professores timorenses receberão um material didático cedido pela OBA, pela empresa Acrux e pela Capes", disse.
Além dos poucos recursos financeiros, Tunísia também se supreendeu pela facilidade em mobilizar crianças e adultos timorenses interessados na olimpíada.
"Fiquei admirada ao ver que 200 alunos do ensino pré-secundário (7º a 9º anos) se inscreveram, o que mostra bastante interesse na participação neste projeto. Os professores também ficaram empolgados, como podemos verificar pela adesão de todos eles que trabalham na área de física e geografia."
Desde que chegou ao país, a professora afirmou que tem visto um investimento do Timor Leste na educação, tanto no aumento do salário dos professores quando no incentivo ao aprendizado do português. Ela negou, porém, que o governo tenha o objetivo de eliminar o tétum - os dois idiomas são considerados oficiais, mas, segundo ela, o censo timorense mostrou que 90% da população fala tétum e apenas 25% domina o português, "o que é um grande avanço, já que, há dez anos, apenas 5% falavam a língua portuguesa". Segundo ela, o governo investe no português para diferenciar o país de seus vizinhos, a Indonésia e a Austrália, onde predomina o indonésio e o inglês.
Tunísia espera permanecer no Timor por pelo menos dois anos e, então, voltar ao Brasil para fazer um doutorado. Antes disso, porém, ela já iniciou um plano para garantir a longevidade da olimpíada de astronomia por lá. "Neste primeiro projeto, meus estudantes do primeiro ano de física [na universidade do Timor] participarão dos cursos como ouvintes e darão apoio aos professores timorenses, orientando as crianças durante as oficinas. Pretendo preparar um professor da UNTL e alguns estudantes que possam divulgar a OBA entre outras escolas e dar continuidade neste trabalho."
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