quinta-feira, maio 19, 2011

Cinema - Confira as estreias

Quarto filme da saga 'Piratas do Caribe' chega aos cinemas.
Argentino 'O homem ao lado' e comédia 'Santa paciência' são destaques.

Do G1, em São Paulo
ATENÇÃO: As críticas a seguir são baseadas no julgamento da equipe de jornalistas do G1 e das agências de notícias parceiras do portal.



 'PIRATAS DO CARIBE - NAVEGANDO EM ÁGUAS MISTERIOSAS'
(Pirates of the Caribbean - On Stranger Tides)
EUA, 2011 / Ação
Direção: Rob Marshall
Elenco: Johnny Depp, Geoffrey Rush e Penélope Cruz.
Crítica: Nesta sequência, Johnny Depp volta a interpretar o excêntrico capitão Jack Sparrow, o grande responsável pelo sucesso da série. Com a mistura de humor pastelão e ironia (lembre-se, aqui, graças à liberdade do ator em moldar seu personagem), o então coadjuvante roubou a cena do par romântico (interpretado por Orlando Bloom e Keira Knightley) já no primeiro filme e se impôs absoluto no papel de protagonista.
As invenções dos roteiristas Ted Elliott e Terry Rossio, que até então vinham dando certo, se perdem nesta produção. Embora acertem nos diálogos, em especial de Sparrow e Barbossa, deixaram de lado as vertiginosas sequências de combate entre navios que, no fim, dão alma aos filmes de piratas. Ao contrário, dão preferência a raros combates em terra, invariavelmente em cenas escuras, onde os efeitos especiais perdem vigor.
Não deixa de ser curiosa a escolha do diretor Rob Marshall. Embora competente, fica a dúvida se foi a escolha acertada para levar a cabo um filme que exige agilidade contínua e uma visão inovadora na forma e conteúdo.. (Rodrigo Zavala, do Cineweb)
Leia mais: Vaza água na quarta edição de 'Piratas do Caribe'



'O HOMEM AO LADO'
(El hombre de al lado)
Argentina, 2009 / Drama
Direção: Mariano Cohn e Gastón Duprat
Elenco: Rafael Spregelburd, Daniel Aráoz e Eugenia Alonso
Crítica: O imbróglio entre os dois vizinhos se dá por conta de uma janela que está sendo construída com vista para o quintal de um deles. Mas não é apenas isso: o local em questão foi a única criação do arquiteto Le Corbusier na América do Sul, chamada de Casa Curutchet, em Buenos Aires. É bem provável que o verdadeiro local - ao menos sua fachada - tenha sido usado como locação do filme.
Em "O homem ao lado", os diretores Mariano Cohn e Gastón Duprat fazem uma crítica à superficialidade da burguesia, às convenções a que os ricos e finos se atêm. No entanto, o filme podia ir mais a fundo nisso - ficando na superficialidade perde a oportunidade de ser mordaz em relação à futilidade da classe média argentina -- e, por tabela, de boa parte da do mundo. Boas ideias estão espalhadas pelo filme. Há momentos engraçados, mas outros em que boas oportunidades parecem apenas ensaiadas e abandonadas. (Alysson Oliveira, do Cineweb)
Leia mais: Comédia de humor negro debocha da burguesia com briga de vizinhos


'SANTA PACIÊNCIA'
(The infidel)
Reino Unido, 2010 / Comédia
Direção: Josh Appignanesi
Elenco: Yigal Naor e Steward Scudamore
Crítica: Às vésperas do casamento de seu filho, na comunidade muçulmana de Londres, Mahmud descobre numa caixa de papéis velhos um documento comprovando que foi adotado. Curioso em saber quem são seus pais biológicos, ele procura o serviço público responsável pelo processo e descobre, de forma irregular, que nasceu em uma família judaica. É o que basta para ele, criado numa família muçulmana light, se sentir um estranho no ninho e perder o rumo.
Claro que a busca de Mahmud por suas raízes lhe trará muitos problemas, e o meterá em confusões, seja na família ou em seu círculo de amigos. E isso no momento em que seu filho lhe pede o máximo de empenho para assumir o papel de muçulmano disciplinado. O padrasto de sua namorada é um líder religioso radical e tudo o que o rapaz não quer é que Mahmud vire o mundo de todos de cabeça para baixo e arruíne seu casamento. Mas será que é pedir demais para o pobre Mahmud? (por Luiz Vita, do Cineweb)
Leia mais: 'Santa paciência' ironiza judeus e muçulmanos


  'TRANSCENDENDO LYNCH'
Brasil, 2009 / Documentário
Direção: Marcos Andrade

Crítica: O documentário é um filme honesto: se propõe a acompanhar a viagem do cineasta, que passou por São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre durante o lançamento de seu livro "Águas profundas: criatividade e meditação".
Não deve ser fácil ser David Lynch. Conversas com o público, em cidades brasileiras, mostram que é preciso ter paciência, pois sempre há ao menos meia dúzia de pessoas filosofando sobre seus filmes, tentando decifrá-los e explicar o inexplicável. A cara de diversão do cineasta diz tudo -- ele parece não estar nem aí, quer mesmo é curtir seu passeio.
A maratona com fãs inclui palestras, conversas, tardes e mais tardes de autógrafos a uma fila quilométrica de pessoas. Os fãs, no entanto, não se contentam com uma assinatura em um livro ou DVD; querem mais. E ele dá: autografa braços, calcinha; oferece um cigarro, ouve (aparentemente) atentamente o oferecimento de um roteiro e, dentro do carro, saindo do aeroporto, se pergunta: "o que estou fazendo aqui?" (por Alysson Oliveira, do Cineweb)
Leia mais: 'Transcendendo Lynch' mostra lado zen do cineasta

Cena do filme 'O último voo do flamingo' (Foto: Divulgação)Cena do filme 'O último voo do flamingo'
(Foto: Divulgação)
'O ÚLTIMO VOO DO FLAMINGO'
Moçambique, Portugal e Brasil, 2010 / Drama
Direção: João Ribeiro
Elenco: Carlo D’Ursi, Claudia Semedo e Adriana Alves
Crítica: Dirigido pelo politizado João Ribeiro, que estudou cinema em Cuba e teve como mestre o escritor Gabriel Garcia Márquez, o filme procura não apenas mostrar um país com conflitos históricos, mas também a riqueza de sua cultura e misticismo. Tudo isso, narrado com a destreza do discurso literário de Couto, que elegantemente oscila entre o fantástico e o poético.
Tal como no livro de Mia Couto, o palco é a pequena vila de Tizangara (esta fictícia), no período seguinte à guerra civil em que o país esteve mergulhado até o início da década de 1990. Na época, tropas da missão de paz da ONU foram enviadas para garantir uma tranquila transição política.
Com um texto difícil de se transpor para as telas, o projeto de João Ribeiro se mostrou ambicioso demais para sua estreia em longas. Embora preserve alguns trechos do livro, a narrativa mostra-se pouco fluida, mesmo irregular no equilíbrio entre o poesia e prosa. (Rodrigo Zavala, do Cineweb)
Leia mais: 'Último voo do flamingo' leva magia de Mia Couto à tela

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