quarta-feira, dezembro 09, 2009

Quatro em cada dez jovens de 16 anos ainda não tinham terminado ensino fundamental em 2008

Agência Brasil
Brasília - Relatório divulgado nesta quarta-feira (9) pelo Movimento Todos pela Educação aponta que, em 2008, quase 40% dos jovens com 16 anos ainda não tinham concluído o ensino fundamental, ainda que a idade esperada para o término dessa etapa seja 14 anos.

A conclusão dos ensinos fundamental e médio na idade correta é uma das cinco metas que foram estabelecidas e são monitoradas pela entidade.

O Movimento Todos pela Educação reúne representantes da sociedade civil organizada e da iniciativa privada, educadores e gestores públicos de educação. A entidade monitora indicadores educacionais de acesso e qualidade a partir de cinco metas que devem ser atingidas até o bicentenário da Independência, em 2022. A meta é que, até lá, 95% dos jovens com 16 anos tenham concluído o ensino fundamental e 90% daqueles com 19 anos tenham terminado o ensino médio.

Em 2008, a taxa de conclusão do ensino fundamental verificada entre jovens de 16 anos de 61,5%, pouco acima da meta de 61,3% estabelecida para o ano. Mas, segundo o relatório, “não é possível afirmar se a meta foi cumprida ou não, pois o resultado está dentro do intervalo de confiança”.

O destaque foi para o Norte, única região brasileira que superou a meta proposta de 46,2%. Lá, 50,1% dos jovens concluíram o ensino fundamental aos 16 anos. Em relação ao ensino médio, verificou-se que as metas foram cumpridas: em 2008, 47,1% dos jovens de 19 anos haviam concluído a etapa, superando os 43,9% propostos pelo movimento.

Mas o presidente da entidade, Mozart Neves Ramos, ressalta que o País ainda está longe de atingir o patamar estabelecido para 2022, de 90%. “A meta para 2008 foi atingida e isso merece comemoração, mas ela era modesta porque as taxas eram muito baixas”, pondera.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 29/2009, aprovada em novembro, determina que o ensino médio, assim como a pré-escola, fará parte da escolaridade obrigatória, hoje ainda restrita ao ensino fundamental.

Mas, se a mudança garante o acesso dos alunos, Mozart aponta que é preciso cuidar também da qualidade do ensino para conseguir manter os jovens na escola.

“Quem já trabalhou com gestão da educação pública sabe que é uma perda muito grande quando o estudante completa o ensino fundamental, muitas vezes já com dois anos de defasagem, e não segue para o ensino médio. Há uma incidência muito grande dos que deixam de ir para a escola e vão trabalhar. O jovem não vê motivação em permanecer em uma escola que nem o prepara para ir à universidade nem para o mercado de trabalho.”

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