Meio ambiente: Rio fecha maior lixão da América Latina
O aterro sanitário de Gramacho, maior depósito de lixo
a céu aberto da América Latina, foi fechado oficialmente no último dia 3
de junho em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Durante 34 anos o
local recebeu 70 milhões de toneladas de resíduos provenientes do Rio de
Janeiro e outras oito cidades da região metropolitana, sem qualquer
tratamento adequado para prevenir contaminação do meio ambiente.
O fechamento acontece a dez dias do início da Conferência das Nações Unidas
sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que definirá uma agenda
política para o desenvolvimento sustentável nos próximos anos.
O depósito de Gramacho está localizado sobre o mangue, às margens da
baía de Guanabara e na confluência dos rios Sarapuí e Iguaçu. No
entorno, existem 42 lixões clandestinos - 21 deles em atividade - que
devem ser desativados pelo governo até o final do ano.
A proporção dos danos causados ao meio ambiente, contudo, é
desconhecida, pois depende de análises mais detalhadas que ainda não
foram feitas. Sabe-se, porém, que esses lixões contaminaram o solo com
metais tóxicos como chumbo, ferro e níquel.
Em meio à montanhas de lixo, mau cheiro e urubus, cerca de 1.500
catadores de materiais recicláveis ganhavam a vida e sustentavam suas
famílias. A história deles inspirou dois documentários brasileiros,
"Lixo Extraordinário" (2009) e "Estamira" (2005). O grupo será
indenizado pela Prefeitura do Rio de Janeiro. Cada catador receberá R$
14,8 mil.
O fim do depósito atende à Política Nacional de Resíduos Sólidos
(PNRS), estabelecida pela Lei 12.305, sancionada em agosto de 2010 pelo
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O documento determina o prazo até 2014 para a desativação de todos os
lixões do país. O plano é substituí-los por aterros sanitários e ampliar
a coleta seletiva.
Em um lixão, os resíduos são jogados a céu aberto sem qualquer
preparação do local para evitar a contaminação do solo, da água e do ar.
Dessa forma, o chorume - líquido preto e tóxico liberado pela
decomposição de matéria orgânica - atravessa o solo e chega até o lençol
freático. O gás metano, também produto da decomposição, polui o ar.
O acúmulo de lixo ameaça ainda as comunidades mais pobres situadas nas
vizinhanças, em razão da proliferação de ratos e insetos que transmitem
doenças.
Os lixões geram, por fim, um problema social, pois atraem famílias de
desempregados que se tornam catadores de produtos recicláveis.
Aterros x lixões
Já em aterros sanitários, o solo é protegido por uma camada de argila e
uma lona impermeável, que impedem o vazamento de chorume e a
contaminação do lençol freático. Tanto o chorume quanto o gás metano são
canalizados e tratados para serem reaproveitados na forma de energia.
Não há animais, insetos ou mau cheiro, comuns em lixões, nem mesmo
catadores.
O depósito de Gramacho era um aterro controlado ? intermediário entre o
lixão e o aterro sanitário. Nesse tipo de depósito são empregadas
algumas técnicas, como a colocação de argila, mas insuficientes para
impedir a poluição.
O Rio de Janeiro possui 16 aterros sanitários, entre eles o Centro de
Tratamento de Resíduos de Seropédica, que receberá os resíduos que antes
eram levados para Gramacho.
Metade das cidades brasileira (50,8%) despeja os resíduos em lixões e
apenas 27,7% do lixo vai para aterros sanitários (outros 22,5%
destinam-se ao aterro controlado). Os dados fazem parte da Pesquisa
Nacional de Saneamento Básico ? 2008 do IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística).
Apesar disso, a situação é melhor em relação a 1989, quando 88,2% das cidades usavam lixões.
O Rio de Janeiro apresenta a pior situação da região Sudeste, com 33%
dos municípios usando lixões. No país, as maiores proporções de depósito
inadequado de resíduos ocorrem nas regiões Nordeste e Norte - 89,3% e
85,5%, respectivamente. As menores proporções foram registradas nas
regiões Sul (15,8%) e Sudeste (18,7%).
Direto ao ponto
O aterro sanitário de Gramacho, situado em Duque de Caxias, na
Baixada Fluminense, foi fechado oficialmente no último dia 3 de junho. O
local era considerado o maior depósito de lixo a céu aberto da América
Latina.
Durante 34 anos, Gramacho recebeu 70 milhões de toneladas de
resíduos provenientes do Rio de Janeiro e outras oito cidades da região
metropolitana, sem qualquer tratamento adequado para prevenir
contaminação do meio ambiente. Cerca de 1.500 catadores de material
reciclável foram indenizados pela prefeitura.
O fim do depósito atende à Política Nacional de Resíduos Sólidos
(PNRS). O plano determina o prazo até 2014 para a desativação de todos
os lixões do país e a substituição por aterros sanitários. Segundo o
IBGE, metade das cidades brasileiras despeja os resíduos em lixões e
apenas 27,7% em aterros sanitários.
O aterro de Gramacho foi cenário de dois famosos documentários:
"Lixo Extraordinário" (2009) e "Estamira" (2005). O fechamento ocorre a
dez dias do início da Conferência das Nações Unidas sobre
Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que definirá a agenda política do
desenvolvimento sustentável.
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