Leia, abaixo, trechos de matérias publicadas na revista Veja, edição nº 2.234, de 14/09/2011:
“Não é trivial para alguém de origem humilde, vindo de uma estrutura familiar não tão equilibrada e sem tanto estudo lidar com o tipo de ascensão meteórica que o futebol proporciona. A fama pesa. Aí o jogador pensa que pode tudo, que está acima das regras. Acho que os clubes brasileiros costumam ser muito paternalistas com seus jogadores. Na Europa, há mais profissionalismo. Esse é o caminho. Sei que, para ter sucesso com a seleção, preciso romper com a tradição de relações excessivamente benevolentes que, no caso do futebol. Só levam à ineficiência” (Entrevista com Mano Menezes, técnico da Seleção Brasileira de Futebol, pág. 20)
“Agora sai na imprensa um relatório alarmante. Metade das crianças brasileiras na terceira série do elementar não sabe ler nem escrever. Não entende para o que serve a pontuação num texto. Não sabe que centímetro é uma medida de comprimento. Quase metade dos mais adiantados escreve mal, lê mal, quase 60% têm dificuldades graves com números. Grande contingente de jovens chega às universidades sem saber redigir um texto simples, pois não sabem pensar, muito menos expressar-se por escrito. Parafraseando um especialista, estamos produzindo estudantes analfabetos” (Educação: reprovada, artigo escrito por Lya Luft, pág. 24).
“A qualidade da educação brasileira só não é pior que a de dezoito países avaliados [de um total de 142]. Vencido o desafio de colocar praticamente todas as crianças na escola, urge ao Brasil agora melhorar a qualidade dos ensinos fundamental e médio. Além disso, apenas 6% dos universitários se formam em cursos ligados a engenharia e ciências, contra 25% da China. Afirma Erik Camarano, diretor-presidente do Movimento Brasil Competitivo (MBC): ‘A inovação e a disponibilidade de mão de obra qualificada vão passar a ser cada vez mais vitais para o futuro brasileiro e serão determinantes na forma como seremos avaliados internacionalmente’. Sem isso, o Brasil, que não teve a Renascença no seu passado, não dará o salto do cuco para o futuro” (O salto do cuco, matéria de autoria de Ana Luiza Daltro, pág. 70).
“No Enem de 2008, as escolas privadas atingiram a média de 56 pontos, em uma escala que vai até 100. Ou seja, mesmo nessas escolas os alunos dominam pouco mais da metade das habilidades que deveriam. (...) Como se explica, então, que a maioria dos pais de alunos das escolas privadas esteja satisfeita com a qualidade da escola dos filhos e que não se vejam muitos movimentos pela criação de mais escolas de ponta na rede privada que se equiparem àquelas dos países desenvolvidos? Suspeito que a resposta tenha muito a ver com algo que os alemães magistralmente chamaram de Schadenfreude: a satisfação diante da desgraça alheia. Os pais com filhos em escolas privadas se satisfazem com o fato de a educação pública ser ainda pior” (Você acha que as escolas particulares brasileiras são boas?, artigo escrito por Gustavo Ioschpe, pág. 96).
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