quarta-feira, fevereiro 16, 2011

A reforma política outra vez

- Publicado por Robson Pires
 
Como o otimismo é quase uma obrigação no início dos governos, tenhamos esperança: desta vez, a reforma política sai. No mínimo, começará a andar.
Não há quem se oponha à ideia. Todo mundo a defende, seja no governo, seja na oposição. Ninguém diz com clareza o que entende pela expressão, mas é seu advogado.
As condições para fazê-la são propícias. Dilma se comprometeu durante a campanha e reafirmou o compromisso na Mensagem ao Congresso. O senador Sarney, falando como presidente do Senado, jurou que dedicaria a ela o melhor de seus esforços na sua última passagem pelo Legislativo. Coerente com isso, constituiu uma comissão destinada a discuti-la, reunindo “os homens mais experientes da Casa, ex-presidentes, ex-governadores”. De fato, entre seus 12 membros estão algumas das figuras mais destacadas do Senado.
A hora é boa: presidenta nova, com força no Congresso, disposta a endossá-la; aval das principais lideranças das duas Casas; respaldo entre formadores de opinião e entre personalidades da sociedade civil. A agenda política não está congestionada com outros temas institucionais. Se não for agora, só daqui a vários anos, quando uma oportunidade semelhante se re-oferecer.
Na opinião pública, é a reforma com maior apoio. Quatro em cada cinco pessoas são a favor de mudar as regras do jogo político no Brasil, muito mais que aqueles que desejam a reforma tributária ou da previdência. Pudera, é a única que ninguém percebe como ameaça a direitos, salvo dos próprios políticos, categoria que, como se sabe, não goza da simpatia da maioria.
Marcos Coimbra é sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi

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