sexta-feira, setembro 14, 2012

A cada 16 segundos, há uma tentativa de golpe no Brasil


 A cada 16 segundos, um consumidor brasileiro é vítima de tentativa de roubo de identidade, uma fraude em que criminosos usam dados pessoais dessa vítima para obter crédito com a intenção de não honrar os pagamentos ou realizar um negócio sob falsidade ideológica. Segundo o Indicador Serasa Experian de Tentativas de Fraude, de janeiro a junho deste ano foram registradas 989.678 de tentativas de fraudes como essa no país. O número é o maior  registrado desde 2010, ano em que a Serasa Experian iniciou a medição. Em igual período de 2011, foram registradas 963.631 tentativas de fraudes. No primeiro semestre de 2010, foram contabilizadas 886.920 tentativas de golpes, o que equivale a uma tentativa a cada 17,7 segundos.
Aldair DantasGolpistas usam dados falsos ou informações de vítimas para abrir contas e efetuar compras: cartões de crédito estão entre os alvosGolpistas usam dados falsos ou informações de vítimas para abrir contas e efetuar compras: cartões de crédito estão entre os alvos

"Os golpistas costumam abrir contas em bancos para pegar talões de cheque, pedem cartões de crédito, fazem empréstimos bancários em nome de outras pessoas. Normalmente eles usam os cartões e cheques em pacotes turísticos, salões de beleza, restaurantes, entre outros", alerta o presidente da Serasa Experian, Ricardo Loureiro. 

O segmento que apresentou o maior número de tentativas de fraude de janeiro a junho de 2012 foi o de serviços, composto por seguradoras, construtoras, imobiliárias e  serviços gerais (empresas que vendem pacotes turísticos, salões de beleza, entre outras), com 37% do total, seguido por telefonia (30%), bancos e financeiras (19%), varejo (12%) e outros (2%). Em igual período de 2011, o setor de serviços também liderou as tentativas de fraudes com 33%. Na sequencia vieram bancos e financeiras (28%), telefonia (25%), varejo (12%), e outros (2%). Em 2010, serviços liderou com 30%, seguindo por bancos e financeiras (29%).

"Quase todo dia apresentamos um de nossos documentos, como carteira de identidade ou CPF, para pessoas que não conhecemos. Podem ser mostrados para funcionários de lojas ou até porteiros de prédios e condomínios. Além disso, fazemos vários cadastros pela internet. É difícil ter controle sobre quem tem acesso aos nossos dados", diz Loureiro. Ele observa, porém, que há "formas infalíveis" de evitar que tais informações sejam usadas por criminosos. Nunca deixar o documento na mão de um desconhecido sem que você esteja por perto é uma delas. "Hoje, é possível falsificar um documento de identidade, um CPF, uma conta que representaria a sua confirmação de telefone, uma conta de luz, água", acrescenta.

Riscos aumentam na medida em que final de ano se aproxima

Segundo o indicador Serasa Experian, se as tentativas de fraude nos seis primeiros meses de 2012 tivessem sido realizadas, o prejuízo total estimado seria de R$ 3,6 bilhões no período. A cifra só tenderia a crescer até o final do ano.

"No fim de ano a procura por crédito aumenta em 10%. E certamente as fraudes acabaram se elevando, tendo essa mesma tendência", diz Ricardo Loureiro.

As tentativas de fraudes este ano foram alertas que a Serasa Experian identificou e informou aos seus clientes durante as realizações de consultas feitas à base de dados da companhia.

O Indicador é semestral e reflete o resultado do cruzamento de três conjuntos de informações: total de consultas mensais a CPFs, estimativa de risco de fraude e valor médio das que ocorreram. 

O Indicador é constituído pela multiplicação da quantidade de CPFs consultados pela probabilidade de fraude e pelo valor médio das fraudes envolvendo pessoas físicas.

Pesquisas da Serasa Experian apontam que estão mais suscetíveis às fraudes os consumidores que tiveram seus documentos roubados. Com apenas uma carteira de identidade ou um CPF nas mãos de golpistas, dobra a probabilidade de ser vítima de uma fraude.

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