Mais importante distinção literária da língua espanhola, o Prêmio Cervantes, conferido anualmente pelo governo espanhol, foi concedido agora há pouco ao poeta chileno Nicanor Parra, de 97 anos, anunciou a ministra da Cultura da Espanha Ángeles González-Sinde. A galeria de vencedores do prêmio, que atualmente confere 125 mil euros ao ganhador, reúne alguns dos mais importantes autores da Espanha e da América Latina, como Jorge Luis Borges, Juan Carlos Onetti, Adolfo Bioy Casares, Octavio Paz, Augusto Roa Bastos, entre outros escolhidos desde 1976.
Com seus versos coloquiais, irônicos e desconcertantes, Parra criou um estilo que gosta de chamar de "antipoesia", batizado a partir do título de seu livro mais conhecido, "Poemas y antipoemas", de 1954. Menos uma corrente estética do que uma postura irreverente e inventiva perante a literatura, a "antipoesia" fez de Parra um autor ao mesmo tempo reconhecido e excêntrico no Chile, onde é considerado um dos grandes poetas nacionais, ao lado de Pablo Neruda, Gabriela Mistral e Vicente Huidobro, e uma influência central para escritores de gerações posteriores, como Roberto Bolaño.
Nascido no vilarejo de San Fabián de Alico, ele é irmão da cantora Violeta Parra, importante nome da canção latino-americana, morta em 1967. Parra hoje vive no balneário de Las Cruces, a 200 quilômetros de Santiago.
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